Tenho um cunhado santista. Até aí nada de errado. O grande
problema é que meu sobrinho recém nascido, o Bernardo, será santista como o
pai.
Claro que eu farei um trabalho paralelo para mostrar a ele a
real felicidade, tentando torná-lo corintiano, mas tenho plena consciência de
que pouco vai adiantar.
Ai você vai me perguntar: Qual o problema do menino torcer
pro time do pai?
Eu poderia responder “Nenhum”, mas vou responder: Neymar.
Neymar como referência de ídolo!
Não vou aqui, colocar em dúvida a sua capacidade de jogar
bola porque entendo razoavelmente de futebol e sei que ele tem sim grande
talento. O que me incomoda são a postura e o comportamento equivocados dele.
Uma criança não pode crescer acreditando que aquele cabelo é
bacana, que a arrogância é legal, que voar coberto por mantinha Louis Vuitton é
o máximo, que usar terno e boné em evento social é “da hora”!
Muito menos acreditar que o tema das dancinhas ridículas
feitas em campo, é música de qualidade.
Explicar para aquele menino que cortou o cabelo como o dele,
sonhando em ser jogador de sucesso um dia, que ser dissimulado não é uma
atitude descente passa a ser tarefa árdua.
Orientar o adolescente que transar sem camisinha é perigoso
nos faz caretas, afinal o grande Neymar teve um filho recentemente no alto dos
seus 19 anos com uma menina de 17 e desfila com a criança com uma naturalidade
que só é possível no mundo dele. Aqui, no nosso mundo, adolescente que
engravida namorada, ou piriguete que seja, tem a vida modificada pra sempre. E
na maioria das vezes essa mudança não é lá muito boa.
A mídia não separa o garoto Neymar do jogador, assim como
nunca separou o homem de caráter duvidoso, do dito Rei do futebol. Tenho pavor
do Pelé desde o dia que soube da sua recusa em reconhecer uma das filhas que
teve fora do casamento. Tudo o que ela conseguiu dele foi um coroa de flores em
nome das Empresas Pelé quando faleceu, de câncer de mama em 2006.
Claro que isso nunca interferiu na atuação do jogador em
campo, mas tenho certeza, que esse comportamento nada ortodoxo acalmou a consciência de muitos homens que tiveram atitudes parecidas.
Ele era um ídolo e ídolos são imitados, sempre.
Meu sobrinho tem hoje, 24 dias. Ainda vai levar um tempo até
que ele comece a ser influenciado por essas coisas, mas a carreira da
“calopsita” vai longe e a tendência é que seu comportamento piore.
Ai eu pergunto: Como ficar tranquila diante dessa má
referência?