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segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
Balanço de dores e delícias em 2010
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
Na iminência de um milagre eminente
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
Ele se chama Sérgio, mas devia se chamar Gerson.
Art. 69. Exercer simultaneamente a Medicina e a Farmácia ou obter vantagem {...}, pela comercialização de medicamentos, órteses, próteses ou implantes de qualquer natureza, cuja compra decorra de influência direta em virtude de sua atividade profissional.
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
Tendo a lua como testemunha
“I heard he song a lullaby. I heard he song it from his heart...”
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Dores e delícias do primeiro amor.
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
É com B ou com M ???
Outubro de 2001, Vânia e eu desembarcávamos no Zumbi dos Palmares em Maceió para uma semana de férias com nossos amigos Daniel Basso e Ferraz Júnior.
Pouco depois olhamos e lá estava ele, comendo bolacha recheada com garfo e faca. Foi difícil conter o riso diante de cena tão ingênua. Ele, um garoto simples, queria nos mostrar que era bem educado.
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
QUANDO EU ERA CRIANÇA PEQUENA LÁ NA BARBACENA...
terça-feira, 7 de setembro de 2010
Era uma vez...
Cansada dos príncipes mulherengos e inconstantes que passaram por sua vida, ela - que nunca foi de entregar os pontos - resolveu sair e conhecer gente comum nas tabernas do reino. E de tanto ir e nada ver, chegou a conclusão de que príncipes não mais existiam. Decidiu então que se contentaria com os plebeus.
Aos poucos, afastou a rainha das tabernas que os dois frequentavam como distração e dos amigos que ela havia conquistado ao longo de sua jornada. Controlava todo o reino: da cozinha à lavanderia, dos bancos aos armazéns.
Soube que em outro reino, onde viveu por mais de 20 anos,acabou por transformar a Rainha numa mulher gorda, com muitos filhos e netos e a abandonou no momento de pior crise no palácio. Sem estudo, sem vontades, sem dinheiro e sem prazeres viveu subordinada a ele e teve grande dificuldade de governar sozinha. Nunca desconfio que pudesse estar sendo traída, nem mesmo estranhava as infindáveis viagens do marido. Viagens essas que eram justificadas como necessárias para aumentar os proventos do reino. O que ele não contou é que também serviam para aumentar, sem pudor, a sua lista de amantes espalhadas pelas terras vizinhas. Amantes fixas e eventuais.
Frustrada, entendeu que precisava se livrar dele.Não havia meio de convence-lo do fim. Os surtos de ira, as ameaças emocionais e físicas eram constantes.
Na tentativa de buscar um companheiro acabou encontrando um homem doente e perverso.
Entrou numa tristeza profunda.
Mas, como toda história que começa com “era uma vez” tem um final feliz, recuperou as esperanças e seguiu em frente.
O reencontro foi lindo, em meio a uma festa num palácio vizinho. Festa regada a comida, bebida, música, danças e fogos.
- Ah, este sim, é um nobre - pensou.
Hoje eles vivem felizes com admiração e respeito, com afinidade e amor.
E não é que o sapo maldito fez mais uma vítima:
Um dia foi levado ao Reino da Escandinávia e lá encontrou uma rainha linda, educada, fina, elegante mas muito carente. Conseguiu conquista-la e ela foi dedicada, carinhosa e fiel.
e como já era de se esperar, a mentalidade doente daquele ser repugnante não soube valorizar as qualidades de tão bela mulher. Tratou-a com grosseria e imprimiu na relação o seu mal humor irrecuperável.
Felizmente, a nobre levou pouco tempo para entender que não havia salvação para aquela alma perdida e expulsou-o de sua vida.
Hoje o que se sabe é que, contrariando o discurso falso moralista - como que para pagar a língua - ele anda na companhia de uma serigaita de cabelos cor de milho, saia e mente curtas que conheceu numa taberna da periferia de um reino pouco ortodoxo.
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
Propaganda: medicamento de tarja preta!
Imagine você, sofrendo de diabetes, encontra com um representante de remédios e ele te diz que o laboratório onde ele trabalha tem um medicamento ótimo. Você toma, confiando na informação – afinal ele parece entender tudo sobre o assunto - e depois percebe que o remédio era para hipertensão.Arrependido, você procura um médico. Ele te diz exatamente como controlar a doença, quais as mudanças de comportamento que terá que adotar, pede exames de rotina e finalmente passa um medicamento eficiente.
Agora imagine um empresário, com uma fábrica de absorventes que precisa divulgar o seu negócio e recebe a visita de um contato comercial. Pode ser de uma emissora qualquer: rádio, televisão ou até mesmo jornal. Encantado com os projetos e vantagens apresentados assina um contrato de alguns meses. Vai veicular seu produto e ainda – olha só que vantagem – vai ter criação e produção sem nenhum custo. Inclusos no pacote.
Meses depois, detecta que não vendeu um único absorvente a mais do que vinha vendendo e descobre que aquele veículo tem como público alvo os homens.
Arrependido, chega a uma conclusão: Propaganda não funciona.
Diferente do que acontece com a saúde, a propaganda dificilmente tem uma segunda chance.
Assim como o representante de laboratório – que vende seus medicamentos como os melhores do mercado – o contatos de veículo vendem seu produto como a melhor saída para a divulgação de uma mensagem publicitária.
O mais seguro seria que, entre o representante de medicamentos e o paciente, houvesse um médico e entre o cliente e o veículo uma agência.
O papel da agência de propaganda é muito parecido com o do médico. Diagnosticar, pesquisar, criar situações e rotinas que facilitem a dinâmica da empresa e aí sim “receitar” a melhor forma de divulgação.
Quando o paciente ignora essas etapas e se automedica corre sérios riscos, inclusive de morte. O mesmo acontece com os empresários que fazem propaganda sem um profissional da área.
Quando comerciais são criados sem a preocupação com a marca, com a imagem e principalmente com a realidade do mercado e do cliente as chances de fracasso são imensas. E certamente quem vendeu essa falsa realidade não assume a responsabilidade. Vão afirmar que o problema é do produto oferecido. Comerciais veiculados em emissoras inadequadas ao público alvo são sempre perda de dinheiro e prejuízo para a imagem.
Propaganda é como remédio de tarja preta. Precisa de receita, de estudo de profissionais gabaritados e experientes trabalhando pelo seu produto.
O título desse artigo foi tirado de um bate papo com Bráulio Betônico.
terça-feira, 6 de julho de 2010
MINHA VIDA SEM MIM
Sem me preocupar com o “plágio” acho que o título é perfeito para esse artigo.
Você já se deu conta de que existe um mundo onde vivemos e agimos sem que saibamos?
É ! Um mundo paralelo, onde nossas opiniões e atitudes são comentadas por um grupo de pessoas; onde histórias do nosso passado são contadas com propriedade.
Uma vida sob a qual não temos controle nem responsabilidade, mas que nos é atribuída diariamente e tem uma força assustadora.
Comecei a perceber isso intuitivamente e depois lendo as insinuações feitas sobre mim em sites de relacionamento.
Comentários feitos por pessoas que não me conhecem, que nunca conversaram comigo, mas que sabem muito da minha "vida sem mim".
Há alguns dias um fato que seria cômico se não beirasse o constrangedor me fez ter certeza da existência dessa vida paralela.
Conversando com meu marido sobre isso, ouvi dele uma teoria bem parecida com essa.
Tudo começa com alguém que ouve alguma coisa de outro alguém que provavelmente não teve lá um bom relacionamento com você. A partir daí abre-se um portal e sua vida paralela passa a existir. As conclusões são tiradas e as culpas são atribuídas.
Não se trata de fofoca. É muito mais sério que isso. Trata-se de uma VIDA, que na cabeça dos obcecados por você é REAL. Eles acreditam, falam com propriedade e tem eco. E claro que ecoando não demora a ficar com uma riqueza de detalhes impressionante.
Chega um hora que a coisa é tão intensa que aqui, no mundo real, a gente acaba confuso. Pior, acaba triste, prejudicado pela fama que normalmente não é das melhores.
Tudo bem!! Eu até prefiro que certas pessoas não gostem mesmo de mim. Acredito que as pessoas que não gostam da gente dizem muito mais a nosso respeito do que as que gostam.
Minha mãe costumava me alertar na adolescência sobre as companhias citando sempre o ditado: “diga-me com quem andas e te direi quem és”. Não concordava com isso na época, achava injusto comigo. Colocava-me como alguém sem personalidade. Agora dizer: “Diga-me quem te odeia que eu te direi quem és”, pra mim faz todo o sentido.
Minha vida sem mim é cinematográfica. Sou tantas numa só ! De fazer inveja a Glória Pires. É tão intensa, tão cheia de mistérios que chego a ter inveja de tamanho poder.
Talvez um dia eu seja apresentada a ela e seremos, quem sabe, grandes amigas !!
quinta-feira, 15 de abril de 2010
Publicitária adverte: A Propaganda pode fazer mal ao seu negócio.
Passamos várias tardes debruçadas nos livros, apostilas e máquinas de calcular. Um dia ela me disse: - Chris, porque você vai fazer enfermagem? Não tem nada a ver com você. Tem que fazer jornalismo, publicidade. Alguma coisa na área das comunicações.
Na verdade, meu encanto não era bem pela enfermagem. O real motivo era realizar o sonho de morar em Ribeirão. Claro que podia ter feito qualquer faculdade aqui, mas a condição dos meus pais era: - Quer mudar para Ribeirão? Só se for para estudar na USP. E USP era sinônimo de medicina ou enfermagem.
Aceitei o conselho da Sueli e resolvi prestar Publicidade na faculdade Cásper Líbero. Para minha surpresa, depois de 2 meses lá estava meu nome em 6ª lugar na lista dos aprovados.
Alegria na família. Certa tristeza em mim. O plano de morar em Ribeirão teria que ser adiado.
Não precisou muito tempo para que eu me apaixonasse pelo curso, pela faculdade pelos professores e colegas. Entendi rapidamente que tinha feito a escolha certa.
Os anos de Cásper foram sensacionais. Me envolvia em todas as atividades fosse curso, palestra, simpósio, agência experimental. Ajudava, aprendia.
Não foi difícil conseguir o primeiro emprego na maior agência de propaganda do país, a Almap, apesar dos protestos do meu pai, que sem entender muito bem o que fazia e pra que servia o curso achava um absurdo eu ter estudado tanto pra ser atendente do Mappin.
Foram 10 anos, muitos empregos e muita experiência até que eu conseguisse finalmente vir para Ribeirão.
Depois de dois telefonemas, um pedindo uma indicação a um ex chefe e outro para o Zé Adolfo, proprietário da Rádio Difusora FM na época, desembarquei com família e tudo na tão sonhada cidade.
Andava pelas ruas em estado de graça, feliz com minha conquista.
E lá se vão 16 anos. A adaptação pessoal foi muito tranqüila, mas a profissional foi terrível. Não conseguia me conformar com certas posturas do mercado. Aliás, continuo não me conformando.
Já fui contato e gerente de emissora de rádio, diretora comercial de empresa de outdoor, tive um hiato de 5 anos como produtora e voltei a atuar como publicitária num centro Universitário. Hoje sou sócia de uma agência de propaganda e é nesse papel que mais sofro com as agruras dos péssimos profissionais.
Todas as áreas da propaganda são importantes para que o mercado cresça se profissionalize e exerça o seu principal papel: Propagar. Divulgar um produto, uma marca, um serviço com retorno para o cliente.
O que acontece é que emissoras atuam como produtoras – “ahh pra facilitar a vida dos clientes diretos”- E atuam também como agências – “ahh fica mais barato! Pra que pagar 20% pra agência?”
Isso sem falar das agências que tentam tirar contas de outras agências leiloando seu ganha pão.
Nessa guerra de interesses quem perde sempre é o cliente que acha que está levando grande vantagem fazendo tudo direto com as emissoras.
Muitos empresários não entendem a importância da agência. Não conseguem confiar no trabalho, esperam resultados imediatos mesmo que sem consistência.
Algumas emissoras vivem da ingenuidade de muitos clientes. E sem o menor pudor. Os contatos são pressionados pelos gerentes que por sua vez tem metas irreais a cumprir, impostas pelos proprietários. Já estive desse lado, sei bem como funciona.
Vendem pela emoção tentando fingir profissionalismo.
É a banalização da propaganda. É o famoso “tá bom assim”. E o mercado fica estagnado, empobrecido.
Nos coquetéis, sócios de agências se encontram e discursam sobre a moralização do mercado, mas no dia seguinte descobrimos que esse mesmo falastrão cobra uma fortuna por uma apresentação em Power Point, gerando no cliente desconfiança e descrença no trabalho.
Emissoras sérias compram pesquisa Ibope independente da posição que ocupam no ranking e fazem disso uma ferramenta para negociação. As emissoras oportunistas dizem que ficaram em 7ª lugar porque deixaram de comprar e não que deixaram de comprar porque estão em 7ª lugar. E o cliente acredita, porque não é o foco do negócio dele. É o foco da agência, da mídia, que como eu estudei para isso.
São poucos os contatos de emissoras que conseguem discutir e negociar contratos de mídia com base nas pesquisas. Preferem desacreditar um instituto de 67 anos questionando os critérios na realização da pesquisa.
Emissoras de TV usam audiências de outra cidade como sendo daqui e assim ignoram a competência dos profissionais das agências para avaliar e estratificar resultados.
Estão vivendo a época do “vendo pro tio do amigo do vizinho”.
Mais fácil que aprimorar, que profissionalizar é puxar o saco do cliente vaidoso falando o nome dele no ar todos os dias.
É mais fácil ignorar as leis da ética e dos direitos autorais e depois de uma campanha criada e veiculada com sucesso dizer ao cliente: - Nem usa mais agência não, pega o spot e “vincula” aqui comigo direto.
Avaliando as barbaridades do mercado ribeirão-pretano me peguei fazendo um paralelo com o que seria a minha profissão caso a Sueli não tivesse aparecido na minha vida:
Imagine que a agência é o médico, o cliente é o paciente e as emissoras são os representantes de medicamentos dos laboratórios.
O representante de cada laboratório vai sempre dizer que o medicamento dele é o melhor, o mais eficiente. O paciente que não tem consciência do risco que corre e que prefere economizar a consulta vai comprar o remédio indicado mesmo que ele tenha várias contra-indicações. O médico que é o único com competência e segurança para avaliar os problemas e apontar as soluções é ignorado. E todo mundo sabe: medicamento errado pode causar vários problemas inclusive a morte.
Concluindo a minha analogia: na propaganda não é diferente.
Posso errar? Por Leila Ferreira
Pessoal, esse texto não é meu, mas é brilhante. Aliás é calmante!!! Delicioso.
"Há pouco tempo fui obrigada a lavar meus cabelos com o xampu “errado”. Foi num hotel, onde cheguei pouco antes de fazer uma palestra e, depois de ver que tinha deixado meu xampu em casa, descobri que não havia farmácia nem shopping num raio de 10 quilômetros . A única opção era usar o dois-em-um (xampu com efeito condicionador) do kit do hotel. Opção? Maneira de dizer.
Meus cabelos, superoleosos, grudam só de ouvir a palavra “condicionador”.
Mas fui em frente. Apliquei o produto cautelosamente, enxaguei, fiz a escova de praxe e... surpresa! Os cabelos ficaram soltos e brilhantes —
tudo aquilo que meus nove vidros de xampu “certo” que deixei em casa costumam prometer para nem sempre cumprir. Foi aí que me dei conta do quanto a gente se esforça para fazer a coisa certa, comprar o produto certo, usar a roupa certa, dizer a coisa certa — e a pergunta que não quer calar é: certa pra quem? Ou: certa por quê?
O homem certo, por exemplo: existe ficção maior do que essa? Minha amiga se casou com um exemplar da espécie depois de namorá-lo sete anos. Levou um mês para descobrir que estava com o marido errado. Ele foi “certo” até colocar a aliança. O que faz surgir outra pergunta: certo até quando?
Porque o certo de hoje pode se transformar no equívoco monumental de amanhã. Ou o contrário: existem homens que chegam com aquele jeito de “nada a ver”, vão ficando e, quando você se assusta, está casada — e feliz — com um deles.
E as roupas? Quantos sábados você já passou num shopping procurando o vestido certo e os sapatos certos para aquele casamento chiquérrimo e, na hora de sair para a festa, você se olha no espelho e tem a sensação de que está tudo errado? As vendedoras juraram que era a escolha perfeita, mas talvez você se sentisse melhor com uma dose menor de perfeição. Eu mesma já fui para várias festas me sentindo fantasiada. Estava com a roupa “certa”, mas o que eu queria mesmo era ter ficado mais parecida comigo mesma, nem que fosse para “errar”.
Outro dia, fui dar uma bronca numa amiga que insiste em fumar, apesar dos problemas de saúde, e ela me respondeu: “Eu sei que está errado, mas a gente tem que fazer alguma coisa errada na vida, senão fica tudo muito sem graça. O que eu queria mesmo era trair meu marido, mas isso eu não tenho coragem. Então eu fumo”. Sem entrar no mérito da questão — da traição ou do cigarro —, concordo que viver é, eventualmente, poder escorregar ou sair do tom. O mundo está cheio de regras, que vão desde nosso guarda-roupa, passando por cosméticos e dietas, até o que vamos dizer na entrevista de emprego, o vinho que devemos pedir no restaurante, o desempenho sexual que nos torna parceiros interessantes, o restaurante que está na moda, o celular que dá status, a idade que devemos aparentar.
Obedecer, ou acertar, sempre é fazer um pacto com o óbvio, renunciar ao inesperado.
O filósofo Mario Sergio Cortella conta que muitas pessoas se surpreendem quando constatam que ele não sabe dirigir e tem sempre alguém que pergunta: “Como assim?! Você não dirige?!”. Com toda a calma, ele responde: “Não, eu não dirijo. Também não boto ovo, não fabrico rádios — tem um punhado de coisas que eu não faço”. Não temos que fazer tudo que esperam que a gente faça nem acertar sempre no que fazemos. Como diz Sofia, agente de viagens que adora questionar regras: “Não sou obrigada a gostar de comida japonesa, nem a ter manequim 38 e, muito menos, a achar normal uma vida sem carboidratos”. O certo ou o “certo” pode até ser bom. Mas, às vezes, merecemos, aposentar régua e compasso."
Leila Ferreira é jornalista, apresentadora de TV e autora do livro Mulheres – Por que será que elas..., da Editora Globo
sexta-feira, 19 de março de 2010
GENTE QUE ENTENDE !! ARGH !!!
Se tem uma coisa que me incomoda é gente que acha que entende! Sabe aquele tipo que se “especializa” em determinados temas e quando o assunto cai na roda tece comentários tão contundentes que nos faz pensar, mesmo que por milésimo de segundo, que é o senhor da razão?
Conheço vários. Pessoalmente, no twitter, no facebook ou nas frases que se transformam em dicas do Orkut. Digo “dicas” pra pegar leve, porque são praticamente uma ameaça. Socorro!
A pessoa fica tão obcecada pelas bandeiras que levanta que a coisa fica chata.
Tem uma senhora no twitter que diz que tem a missão de “ajudar as pessoas a serem mais felizes, embelezando corpo e alma”. Bom, pretensão e água benta estão ai, pra todo mundo usar o quanto quiser, né? A coisa é tão pesada, que quando se depara com alguém um pouco mais queimada de sol escreve frases agressivas contra a pessoa, como se a falta do uso de filtro solar fosse um crime inafiançável. Medo!
E o “entendido no boteco”? Grupo discutindo de forma divertida, descontraída um determinado assunto numa mesa de bar e ele aparece. Pronto! A discussão vira monólogo e o grupo se dispersa. Pode ser chamado também de “espalha rodinha”.
Tem o “recém-formado” que faz de qualquer conversa uma oportunidade de mostrar o conhecimento adquirido. Se for da área do direito nossa vida vira um tribunal em questão de segundos!
E tem a experiente. Apesar de afirmar que tem 44 anos você jura que, prá ter vivido tanta coisa, tem que ter no mínimo 65. Normalmente atuaram nas mais diversas áreas: do teatro a saúde, passando por TV e afins. Sumidades. A gente fica até constrangida diante de tanta sabedoria. É aquele tipo que um papo a dois vira consultório e uma roda vira platéia.
Tem aquele que entende de doenças, médicos e hospitais. Reclamar de uma dor de cabeça perto dele transforma sua vida num inferno temporário de receitas, bulas e histórias piores e mais tristes que a sua. Conhece todo tipo de doença existente no mundo, incluindo aquelas você nem imaginava que existiam. É punk!
O Twitter tá cheio de entendidos. Entendidos de futebol, de novelas e especialistas em BBB. Coisa de louco! Criticam, esbravejam, falam mal, mas NUNCA mudam de canal. Ó ! rimou.
E os críticos de cinema? São espetaculares. Pagam ingresso, assistem ao filme e depois escrevem sobre o que viram. Com raras exceções, críticas de cinema são um resumo do filme com pinceladas de palavras do tipo: fotografia maravilhosa, trilha sonora deliciosa, atuação do fulano de tal está brilhante.
Uma pessoa sem conhecimento acrescenta pouco, é fato. Mas aturar os pretensiosos de plantão é muito ruim.
Eu, só sei que nada sei, mas até pra chegar a essa conclusão precisei saber alguma coisa! Entendeu?
terça-feira, 16 de março de 2010
E-MAIL RESPONSÁVEL !
Todas as vezes que recebo aqueles e-mails do tipo “Ajudem, meu filho foi seqüestrado” fico imaginando como ainda existem pessoas que acreditam nesse tipo de apelo.
Algumas das crianças que tem suas fotos circulando pelos e-mails estão há tanto tempo “desaparecidas”que provavelmente hoje tem mais de 18 anos. E elas vão mudando de nome e de endereço e muitas vezes de história ao longo dos anos.
Hoje recebi um e-mail totalmente descabido que tinha a pretensão de contar a história da Patrícia Pillar quando teve câncer de mama. Fiquei indignada. Se não bastasse o câncer, inventaram um monte de complicações cabeludas pra piorar o que já é ruim o suficiente.
Ontem recebi um e-mail que alertava sobre o perigo da vacina contra a Gripe suína, contando sobre uma possível conspiração de um laboratório americano. Enfim, um e-mail totalmente desprovido de RESPONSABILIDADE.
Aliás, esse tipo de e-mail é sempre muito irresponsável. Nunca sabemos qual é a reação da pessoa que recebe. Além disso, nos faz perder tempo e energia.
Resolvi lançar uma campanha: “E-mail Responsável – avaliar antes de repassar”.
Passou da hora de assumirmos que podemos sim fazer com que a rede de informações seja eficiente e principalmente produtiva.
Precisamos parar de dar foward em tudo aquilo que recebemos sem pensar. É simples: Basta ler, avaliar, questionar se aquilo é mesmo possível.
Minha caixa postal tem hoje mais de 2000 e-mails sem abrir. Desses pelo menos 80% serão absolutamente inúteis, mentirosos e não vão acrescentar absolutamente nada.
Acho válidos os vídeos, as piadas, as fotos, os textos (muitas vezes de autoria mentirosa, um fato). Mas correntes de oração, seqüestros, doações, avisos alarmistas são um saco.
Como é que você pode impor a alguém que mande uma determinada corrente pra 12, 15 20 pessoas sob pena de queimar no fogo do inferno se não fizer? Quem é esse Deus que as pessoas acreditam? O Deus que eu acredito tem muito mais o que fazer do que ficar contando pra quantas pessoas repassei determinada reza que nem sei quem inventou.
Como alguém pode realmente acreditar que Nokia vai dar um celular de graça, ou que a Nestlé vai dar uma cesta de produtos se repassarem o e-mail pra um determinado número de pessoas?
Quando recebemos um e-mail de alguém que desapareceu ou está doente e queremos ajudar, vamos realmente fazer alguma coisa: ligar para o contato que está no e-mail, por exemplo, saber do que precisam. Porque só repassando o e-mail não estamos fazendo nada além de transferir o problema pro outro. Fazendo contato, podemos descobrir que é mentira, ou que a criança foi encontrada há 3 anos (como aconteceu comigo quando liguei).
Queremos mesmo ajudar ? Estão vamos divulgar a campanha “E-mail responsável”. Tenho certeza que seremos bem mais produtivos.
Pense, a web está tão cheia de mentiras e estórias que se algo sério realmente aparecer corremos o risco de não acreditar.
Divulguem, copiem e colem no seu e-mail e dêem foward. Mas não se esqueçam de colocar seus contatos em cópia oculta.