Dia 02 – O dia que vi o espectro de Murphy praticamente materializado ao
meu lado !!!!
Saímos do aeroporto passados. Sentamos a espera de uma Van
que nos levaria a um Hotel próximo dali. Qualquer hotel, qualquer lugar.
Eram 3h30 da manhã, estávamos vivendo o stress há 13 horas.
Uma cama, café da manhã, banho - não necessariamente nessa ordem – era o que
precisávamos.
Mônaco foi o escolhido. O melhor? Nãoooo o único que
apareceu em 20 minutos de espera.
Bom o hotel, recomendo.
Banho, sono agitado. Depois do café da manhã às 9hs voltamos
pro quarto e dormimos até meio dia.
As 13h30 estávamos de volta à van. Sentadinhos, quase nos
permitindo um sorriso de alegria, meu marido diz:
- Dá meu RG.
- Não tá comigo.
- Tá sim, deixei com você ontem.
Revirei a bolsa. NADA.
Revirei de novo a bolsa. NADA.
Revirei, revirei, revirei... mais uma vez e a Van chegou ao
aeroporto.
Desci tensa.
Entramos e seguimos rumo as cadeiras da Asa A – perto da
porta onde a Van parou.
Aliás, se tratando de Cumbica, é bom que lembrem: Cadeira é
objeto de luxo. Poucas e mal localizadas.
Jeff procurou o RG em todos os bolsos, na mala dele e pediu
minha bolsa:
- Tá ai sim, você não procurou direito.
Sentei ao lado dele, totalmente entregue, já imaginando a
tristeza de pagar por uma viagem que não iríamos fazer.
Ele tirou o organizador de bolsas e vasculhou cada
pedacinho. Abriu 234 vezes minha carteira, chacoalhou a coitada da bolsa no
chão. NADA!
Abri minha mala, tirei as roupas de dentro – consegue imaginar
a cena? Abri a bolsa de sapatos, tirei tudo de dentro. NADA!
As lágrimas escorriam discretamente pelos cantos dos meus
olhos. Meu marido disse:
- Vou até a Polícia Federal, devo ter esquecido lá, ontem
quando fui mostrar o seu RG.
Eram 14h30 e nesse momento juro que vi, um espectro ao meu
lado. Provavelmente Murphy rindo da minha desgraça.
Ele voltou 20 minutos depois, pálido! Gelei!!!
- Tá aqui. E mostrou o documento. Agora você não vai
acreditar: Não estava na polícia, nem no achados e perdidos. Estava dentro do
bolso da camisa.
Murphy tem parceria com duendes. Certeza!
- Amor, vamos agora mesmo, fazer o check in antes que mais
alguma coisa desapareça.
Andamos pelos 435 kilometros que separam a ASA A da D e
paramos no guichê da companhia.
- Boa tarde, dona Christiane!!
Caí na risada e falei:
- Vichi, fiquei famosa.
Entrei os RGS, os vouchers e o espectro de Murphy perdeu
parte da força. Alívio parcial. A fala da supervisora da Qatar ecoava em meu
ouvido:
- “ Ela embarca, mas não posso garantir que entre na Argentina”
.
Passamos pelas etapas pré-embarque. Eu ainda tensa. Vaique!!
Paramos no free shop. Olhamos, olhamos, olhamos, esbarramos
num perfume, caiu no chão, quebrou, olhamos em volta, esperamos alguém vir ao
nosso encontro.
- Ai Murphy, seu cretino !! Só me faltava essa. U$280 o
preço do cheiroso. Continuamos na loja
por mais 10 minutos e ninguém apareceu.
Tá!! A gente devia ter procurado um vendedor pra pagar pelo
perfume. Será? Não tenho certeza se a culpa dele ter caído foi exatamente
nossa. Murphy, duendes, má colocação na gôndola. Né?
Saímos, sentamos em frente ao portão de embarque. Portão 06.
Uma hora depois, uma voz:
- Atenção passageiros da Qatar Airwais, com destino a Buenos
Aires, embarque alterado para o portão 04.
Descemos. Descemos mesmo. Íamos embarcar pelo finger –
aquele túnel que leva a gente direto pra dentro do avião. Acabamos embarcando
de ônibus- aquele meio de transporte que fede, nunca cabe todo mundo e
chacoalha muito!
A aeronave. |
A aeronave da Qatar é um espetáculo. Coisa de árabe mesmo, monitores individuais,
mais de 200 opções de filmes, muitas opções de programas de TV, jogos, música.
Coidilocu.
A empresa só está atrasada com relação a alimentação. Não
chegaram ainda na era do amendoim, barrinha de cereal e suco de laranja. Eles
ainda servem comida, gente! Juro, com opções no cardápio. Verdade!
E o bicho levantou voo. Assisti Atividade Paranormal 3. Foi
a única coisa que me pareceu viável em inglês com legendas em árabe.
Chegamos a Buenos Aires por volta de 23h00 – horário de
Brasília. Lá eram 22h00.
Saímos pelo finger, pegamos as malas e seguimos direto para
imigração. MEDO!
- “ Ela embarca, mas não posso garantir que entre na Argentina”
. maldita supervisora, maldito Murphy,
malditos duendes....
(continua)
Muito bom... mas continuo apreensiva. Será que essa história teve um final feliz, com vocês dançando um belo tango em Buenos Aires?
ResponderExcluirBeijinho.