“A covardia é a
mãe da crueldade” - Montaigne.
Que bom seria se
a covardia de alguns se limitasse a falta de coragem de agir. Aceitável seria
se representasse apenas o medo diante de determinada situação.
Infelizmente,
Montaigne tem razão. A covardia desperta o que há de pior na alma humana. E tenho
a sensação de que acontece em etapas.
Uma simpatia
forçada que é desmascarada pela hipocrisia nas palavras associada à incoerência
dos atos. A subserviência, que por si só é nojenta, inaceitável. A crueldade na
sua última instância. Última, não única – que fique claro.
O ser covarde é
incapaz de raciocínio claro e isento de questões emocionais. Leva absolutamente
tudo para o lado pessoal e sente-se constantemente ameaçado. Vê em tudo um
grande complô. Sente-se vitimizado pelo sistema e acaba colocando as etapas: simpatia,
subserviência e crueldade em prática.
Conviver com um
covarde é incomodo porque nos deixa de mãos atadas. Fazer algo para combatê-lo
acaba sendo uma covardia, não fazer também.
Posso afirmar
que é um exercício diário que transita
entre a tolerância e a paciência. Saramago me fez pensar sobre o papel da tolerância
na sociedade. Essa questão de nos considerarmos superiores quando toleramos o
outro, mas nesse caso, exerço esse papel até porque sou sim, superior a esses seres
rastejantes.
E quando penso
em seres rastejantes, imagino cobras em formato de desenho animado que me remete
a outro pensamento: Se conseguíssemos lidar com a situação na base do humor,
seria bastante interessante conviver com seres assim. Colocaríamos em prática nossa
veia cômica, transformando os covardes naquilo que são em essência: personagens.
Daríamos a eles apelidos e passaríamos a nos divertir com aquilo que antes nos
provocava gastrite.
É! Talvez essa
seja a saída.
Vou pro Google pesquisar
um apelido pro meu covarde de plantão. Quem sabe meu próximo post não seja uma
história divertida sobre como ele próprio mordeu a maça.
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