Quando ela acordou - ainda
abraçada ao travesseiro - no dia da partida, pensou no gosto daqueles beijos e
no quanto sentiria falta daquele olhar!
Há tempos não vivia emoção assim,
quase adolescente. Há tempos não sentia tanta ternura por alguém.
Ainda na cama, lembrou da
primeira vez que o viu: Alto, incrivelmente elegante vestindo bermuda despojada
e chinelos. Roupa de quem vive à beira mar. Trocaram sorrisos e algumas
palavras. Foi embora impressionada.
Dia seguinte, comentou com um amigo:
-Conheci um cara interessante.
-É!! E ai??
-Ah ... aí nada, só conheci rsrs
Encontraram-se dois dias depois e
ela começou a prestar ainda mais atenção naquele homem que se movimentava com
leveza e era gentil. A fala mansa, com sotaque carregado, tinha um ar
misterioso que sugeria certa timidez.
Saíram junto com os amigos para
dançar, beber e conversar. E conversaram muito. Encontraram pontos de
afinidade. Ambos tiveram um dezembro e um outubro de sofrimento, cada um ao seu
jeito, mas envolvendo as mesma questões.
O beijo foi doce, delicioso, com
entrega e encaixe perfeitos. Ele elogiou o sorriso dela e ela, desde então, não
parou mais de sorrir.
Durante o dia ela curtia a praia,
o mar, os livros. Empenhou-se em viver aquilo a que se tinha proposto quando
viajou. Ele, trabalhava. A noite, encontravam-se e namoravam. Namoro desses de
filme de sessão da tarde.
Passearam abraçados, de mãos
dadas. Andaram de quadriciclo, ela com a mão entrelaçada na cintura dele, e
ele vez ou outra, virando o rosto para ser beijado.
Namoraram no portão, vendo as
estrelas na praia, na Vila, sentados no chão, na rede, na grama.... Mãos
entrelaçadas, olhares intensos, bocas ávidas uma pela outra.
Durante aqueles dias, foram par!
Agora, na iminência da partida e
diante da dúvida de um novo encontro, ela derramou lágrima de saudade.
Na noite anterior, estavam ambos
desconfortáveis com a despedida. Acabaram ficando pouco tempo juntos e o ar era
de constrangimento. Ela com medo de chorar, ele... Bom!!! Ele, ela não sabia porquê!
Trocaram palavras amorosas de
quem deseja o bem do outro. Trocaram beijos.
Não trocaram telefone!! Não
tiraram fotos!!!
Já dentro do carro que a levou
embora, deu um último olhar pra aquele mar abençoado e pensou nas palavras que
escreveu pra ele logo depois do beijo de despedida:
“Não imaginei encontrar alguém que resgatasse a menina que mora em mim! Ter
a sua companhia delicada, gentil, respeitosa, me fez voltar no tempo!!! Desejo
que se reconheça, que se sinta tão especial quanto é e que a partir de hoje,
sempre que se olhar no espelho, veja não sua beleza exterior - que já é
suficiente - mas a sua alma nobre !!!! Seja feliz, querido!! Você estará sempre
em meu coração e nas minhas orações!!!!!Beijos”
O aperto no coração aumentava a
medida que a distância entre eles ficava maior. No trajeto cochilou e sonhou
com ele. Entendeu que viveram linda experiência num universo paralelo e que o
sonho era uma demonstração do lugar que ocupariam a partir de então.
Nesses sete dias com ele,
trocaram beijos, experiências, carícias mas, mais do que tudo, inflaram vida um
no outro!
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