A primeira vez.
O vôo de volta foi infinitamente
mais rápido do que o de ida. Imersa em pensamentos e lembranças, Beatriz não
conseguia parar de sorrir.
Zé Edu era um homem maravilhoso.
Parecia saído de um romance. Doce e forte na medida certa.
Quando a porta do quarto se fechou
e ela sentiu que os braços dele a envolveram, estremeceu. Foi carregada até a
cama, enquanto ele olhava profundamente nos seus olhos com um leve sorriso nos
lábios.
Totalmente entregue ao desejo
permitiu ser despida lentamente.
- Como você é linda! Dizia Zé Edu
a cada peça de roupa que tirava.
A voz rouca, daquele homem
sedutor, continua impregnada na memória de Beatriz.
Não fizeram amor. O amor ainda
não existia. Mataram um desejo latejante. E mataram várias vezes.
Beatriz não teve tempo de usar a
lingerie. Tão pouco Zé Edu não se lembrou do pedido feito ainda no aeroporto.
Tomaram whisky, jantaram,
conversaram longamente, trocaram carícias, beijos, confidências.
Saíram de lá impregnados do
cheiro e do gosto um do outro. Plenos, satisfeitos.
- Atenção passageiros, apertem o
cinto e coloquem a poltrona em posição vertical. A fala da comissária de bordo
a tirou do transe.
- Cheguei. Pensou com tristeza.
No estacionamento, pegou o carro
e dirigiu até sua casa. Quando entrou não conseguiu se lembrar do caminho que
fez.
O celular tocou. Ela sabia que
era ele.
- Chegou bem, princesa?
- Cheguei sim. E você, como está?
- Louco de saudade de você. Não
sei quanto tempo vou conseguir ficar sem te ver.
- Agora é sua vez de vir me ver,
disse sorridente.
- Eu vou, logo. E saiba: você é
uma mulher maravilhosa.
- Obrigada, querido. Importante
ouvir isso de você.
- Você vai ficar bem?
- Vou sim e você?
- Vou ficar louco de desejo,
disso soltando deliciosa gargalhada.
- Um beijo
- Outros. Falamos amanhã.
E eles se falaram todos os dias,
várias vezes ao dia, até o dia que Zé Edu pode ir vê-la.
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