Ajudar o próximo! Máxima defendida por 11 entre 10 igrejas
ou religiões do planeta. A coisa é tão contundente que muitas vezes parece uma
ameaça.
- Se você não ajuda o próximo, não vai ganhar o reino de
Deus - preveem.
Algumas pessoas o fazem por convicção, não porque querem
algo em troca. Essas – poucas – jamais conheceremos. Aliás, tão pouco desconfiaremos
que façam qualquer tipo de caridade.
Outras agem sob a luz dos holofotes, descaradamente. Desejam
o reconhecimento, afinal são merecedoras pelo “bem” que propiciam ao “irmão
carente”.
Celebridades correm o planeta segurando no colo criancinhas
doentes. Algumas à beira da morte, recebem no rosto cadavérico, fruto da fome e
da sede, lágrimas borradas de rímel Lancôme.
Sub celebridades
participam de qualquer campanha de lhes dê notoriedade. De agasalho à Mc Dia
Feliz, passando pelas "Ecochatas". Nestas, posam com cara de engajados ao lado de
animais em extinção.
Pretendentes a
celebridades – serve se rolar uma sub também – montam ONG e ajudam os “frascos
e comprimidos” de plantão. Saem em fotos nas
colunas sociais dos jornalecos e não se cansam de agradecer, every single day,
pela maravilhosa dádiva que é ajudar os mais necessitados. Levam vida difícil, mas tudo bem. Tá tudo retratado de forma poética e tem fama de altruísta, dada pela sociedade.
- Você é um
herói, querido!!
Agora, não tem
nada pior do que o amigo da dor. Aquele, que como um vampiro, espreita vidas
buscando o primeiro sinal de que algo não vai bem.
Não importa o que: pode ser
um problema financeiro, com filhos, com marido, no trabalho. Tanto faz. O que
importa é que exista o problema e que ele possa surgir como o salvador da
pátria. Aquele pelo qual seremos eternamente gratos.
O complicado
disso é que eles realmente acreditam que são capazes de consertar o mundo.
Ficam extremamente ofendidos se recusamos sua ajuda, sua intervenção. Praguejam
pra quem quiser ouvir que, jamais encontraremos outro amigo igual. Se nos resta ainda um pingo de juízo, pensaremos:
- Sedeusquiser!!!!!
Esses vampiros
emocionais são de fácil identificação: Se afastam quando estamos bem. Não
suportam a felicidade alheia e tem sempre uma explicação dramática seguida de
uma previsão fúnebre para o futuro da ovelha desgarrada:
- Vai se dar mal
e quando precisar de mim não estarei mais aqui para ajudar.
Sentem uma
satisfação inexplicável diante da morte – quanto mais sofrida e demorada melhor
– de doenças incuráveis e amores perdidos.
Via de regra,
nunca estão bem, mesmo quando estão. Se forem agraciados com alguma coisa boa,
logo se lembrarão de um parente que morreu e que “não está ao meu lado para
compartilhar da minha alegria” ou do cachorro que fica doente atoa, ou do filho
que viajou e está “há meses morando em Paris”.
Amigos da dor
gostam de dor. Simples assim.
E se você tem um tipo desse próximo, Run Forrest, run
!!!!!!!!!!!!
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