Sobre o Conteúdo do Blog

Blog de histórias reais e de ficção.
Um lugar para expor opiniões que provoquem dor ou delícia!
Qualquer semelhança com histórias ou comportamentos reais poderá ter sido mera coincidência. Ou não!



segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Balanço de dores e delícias em 2010




2010 foi um ano estranho.
No final de 2009 muitas promessas de bons e novos negócios me encheram de esperança. Esperança de ter um ano tranqüilo financeiramente. Tudo ficou só na promessa, pelo menos até hoje, 27 de dezembro. Sendo a otimista que sou tenho até sexta-feira para que as coisas mudem.

Em compensação, 2010 foi um ano maravilhoso do ponto de vista dos amigos.
Ainda me lembro com emoção da primeira troca de sorrisos entre mim e meus queridos amigos Daniel e Ferraz em Março deste ano no parque Raia, depois de 2 anos, 2 meses e 16 dias de distanciamento forçado.
A alegria que senti com o abraço da Mara na frente do Teatro depois de um tantão assim sem nos falarmos.
Tudo por que somos humanos, erramos, acertamos, pedimos perdão e perdoamos, ou não!

Novos amigos, tão queridos, tão carinhosos passaram a fazer parte da minha vida: Natali, Gustavo, Roseli, Rosa, Rosana, Tutu... que bom!

E as meninas twitteiras? Grande presente. Gentileza gera gentileza e somos assim, gentis !!!
Afinidades descobertas, experiências trocadas. Muitos risos, muita alegria sempre que estamos juntas. E estamos sempre juntas, mesmo que virtualmente, senão, aff !! Somos chamadas de “desapegadas”, né Fabiana?

Amigos mantidos. Igualmente importantes, igualmente amados, pra sempre.

Um ano que não encontrei meus queridos amigos paulistanos. Muita saudade mesmo.
Mas a emoção de encontrar velhos amigos da minha adolescência no Facebook me levaram literalmente as lágrimas.

Lágrimas? Hum ? Muitas. De tristeza, de emoção e de alegria. Choro até em inauguração de semáforo.

Em 2010 comecei a ter a sensação de fazer parte da corte. Depois de 16 anos em Ribeirão parece que estou tenho algum reconhecimento e isso trás uma sensação boa.

Aprendi coisas importantes: A verdade sempre aparece. Sempre. Demore o tempo que for.
As máscaras sempre caem.
Os sacanas que continuam a se dar bem infinitamente vão continuar existindo e não podemos fazer nada a respeito. Que puxa saco é que nem capim, dá aos montes, são chatos e incomodam muito. Alguns dão tanta azia, que os enxergamos verdes!

Entendi que tenho que acreditar no inferno. Preciso que ele exista pra que esses sacanas psicopatas e sem caráter tenham pra onde ir.

Me dei o direito de odiar, de sentir mágoa de não perdoar quando não quiser. E isso é libertador.
Sempre falei o que penso, mas algumas vezes errava o filtro. To aprendendo a usar a espessura certa pra cada caso.

Mais uma vez, coisas ruins aconteceram a pessoas boas, mas tenho certeza que tudo isso tem um propósito que hoje não entendo, mas que um dia vou saber.

Me decepcionei diante da mudança de comportamento de pessoas da família, próximas e queridas de repente se tornaram estranhas. Não mais as reconheço. Deve ser a “evolução” (ironia pura).

Parei de brigar comigo mesma e aceitei que posso ser a dona da minha casa, cozinhar, arrumar, passar e lavar sem que isso me deixe escravizada.  Aprendi a ser mãe. Tardiamente é fato. Mas antes tarde do que nunca.

Depois de 03 anos de casada com o amor da minha vida, entendi o significado das palavras afinidade, companheirismo e fidelidade. Quando estamos no auge da paixão tudo parece óbvio, depois de um tempo é maravilhoso ver os espaços sendo preenchidos com atitudes, olhares, cumplicidade. É isso que chamamos de amor.

Senti muito orgulho dos meus filhos e do meu marido, o mais novo e mais jovem imortal de nossa cidade. Me senti amparada  pela família: pai, mãe e irmãos que amo sem reservas e incondicionalmente.

Descobri que posso escrever contando as minhas experiências e que as pessoas se emocionam  diante delas.
Entendi que definitivamente a vida é feita literalmente de dores e delícias.

Sendo assim, que venha 2011. Venha com dores e delícias,  pra que tenhamos muito o que contar daqui a um ano.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Na iminência de um milagre eminente


Frio! O clima e o quarto onde ela aguardava pela família.
O sorriso dado a cada pessoa que entrava não conseguia esconder a tristeza dos seus olhos.
Porque outra vez? Como ela iria viver diante de tal mutilação?
Na chegada ao hospital, dois dias antes, tentou disfarçar durante a entrevista com a estudante de psicologia :
- Como você se sente sabendo que vai sair daqui sem um dos seios?
E a resposta foi daquelas pra contar o assunto:
- Tem outro jeito? O que não tem remédio...  – e citou o ditado que sempre ouvia da avó.
Não tinha exatamente noção do que estava por acontecer. Sua maior preocupação eram as sessões de quimioterapia que viriam. De novo! Mais seis. E de novo, sem cabelo, com enjôo e dor de pele.
O câncer de mama havia voltado um ano e meio depois da primeira intervenção cirúrgica.
Quando sentiu o nódulo estava de férias em Itaparica. Uma onda de frio, que começou no estomago, tomou conta do seu corpo por alguns minutos.
De volta, procurou a ginecologista e de lá para o ultrasom de mama, a punção dolorida e o diagnóstico temido foi um passo.
O mastologista prometeu:
- Se estiver apenas no local que imaginamos, colocaremos uma prótese e você não vai se ver sem o seio.
Na sala de recuperação, a primeira atitude que teve quando voltou da anestesia foi olhar para baixo.
- Ufa !! Lá estava a prótese no lado esquerdo.
O resultado, quando tiraram o curativo foi assustador: Não havia mais mamilo, nem bico. Apenas um amontoado de pontos – perto de 40. Nas costas outra cicatriz imensa no local onde a pele e o músculo para o enxerto foram tirados.
Ainda assim se achou vitoriosa e entendeu que poderia ter sido pior.

Agora sozinha no quarto gelado, olhando para o nada, tinha dúvidas de como iria reagir.
As enfermeiras, muito carinhosas, entravam e saiam. Tinha feito fama no hospital. A paciente com câncer de mama que melhor enfrentou as cirurgias, as quimioterapias, a perda de cabelo. A mais sorridente, a mais otimista. Um exemplo de superação.

Sabia que aquilo não passava de uma máscara de proteção. Não suportava ver as pessoas olhando como se ela tivesse apenas alguns meses de vida.
Já estava impaciente quando entrou mais uma enfermeira. Sorriso estampado no rosto lindo.
- Você está bem?
- Estou sim.
- Quem vem te buscar?
- Meu pai.
- Olha, não sei qual é a sua crença, mas queria te dar isso – e entregou um daqueles santinhos impressos.
Sempre foi espiritualista, mas tinha reservas com santos, padres e afins. Pegou o papel, pensando ser mais um e quando olhou nos olhinhos ternos daquela santa, estampados no papel fino, sentiu seu coração parar.
Era Santa Terezinha das Rosas. Uma freira jovem, também conhecida por Santa Tereza de Lisieux.
Ficou com o impresso na mão por alguns minutos e resolveu ler o conteúdo no verso. “Diz a tradição que, após a Novena, a pessoa receberá de alguém, de uma maneira bem inesperada, uma rosa, sinal de que seu pedido será atendido
O pedido era óbvio:
- Que eu seja curada. Que nunca mais tenha que passar por isso.

No dia seguinte, já em casa cercada pelo carinho dos amigos conseguia rir fazendo piada sobre os “cachorrinhos” que carregava. Cachorrinhos era o apelido dado às duas bolsas ligadas aos drenos.
Foi entre um riso e outro que olhou para a porta do quarto e viu uma Rosa. Cor de rosa clara, linda, grande. Atrás dela, duas grandes amigas.
- Minha mãe mandou essa rosa pra você.

Radiante diante do sinal, contou a todos sobre a novena começada no dia anterior.
A emoção tomou conta do lugar e entre lágrimas e abraços teve a certeza da cura.
A rosa foi colocada no criado mudo, em um lindo solitário de cristal e permaneceu aberta por 15 dias. Quando as pétalas iam caindo, ela as reunia guardando com todo cuidado.

Receber a flor depois de ter feito a novena, já seria por si um sinal, mas a maior surpresa veio mesmo dias depois quando recebeu novamente a visita das amigas queridas.

- Sabe, contei pra minha mãe que você tinha feito a novena de Santa Terezinha, e ela chorou muito de emoção. Agora, você não vai acreditar no que vou te contar: minha mãe tem três roseiras em casa, e plantou cada uma em homenagem a uma santa. Tem de Nossa Senhora, tem de Fátima e tem de Santa Terezinha. Aquela que ela colheu pra você, foi do canteiro de Santa Terezinha.

Hoje, oito anos depois, ela está muito bem. Tem a certeza de que aquilo tudo foi um recado da vida. Não um castigo! Um aviso, um sinal de que deveria rever seus caminhos, suas prioridades.
Carrega a imagem da Santa na carteira e faz questão de contar sua experiência mística.
Sabe que foi abençoada só não sabe que nome dar a isso.
Eu chamo de milagre! Você pode dar o nome que quiser, só não podemos negar que realmente existem coisas que são maravilhosamente inexplicáveis.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Ele se chama Sérgio, mas devia se chamar Gerson.


Caso eu esteja errada, por favor, me corrijam: Todo ser humano normal, sem maiores problemas de visão, consulta um oftalmologista uma vez ao ano certo?
Foi o que eu fiz em Abril.
Míope de carteirinha há mais de 30 anos, uso lentes de contato socialmente e óculos apenas em casa. Até porque não fico exatamente charmosa com eles. Argh!
Para minha surpresa, depois dos exames de rotina o médico me deu apenas a receita para os óculos.
A receita das lentes ele disse que quando eu precisasse trocar que eu o procurasse – a alteração do grau não justificava a troca antes do vencimento.

Há três semanas entrei em contato com o consultório para pegar a receita das lentes e me deparei com a seguinte resposta da recepcionista:

-  Dr Sérgio não dá receita de lentes. Você tem que comprar aqui com ele. 

Achando aquilo muito esquisito  resolvi  pesquisar no site do conselho regional de medicina.
Lá entendi que de acordo com os artigos 98 e 99 esse médico está agindo de forma anti-ética. Além disso ele está em total desacordo com a lei do consumidor, cabendo uma denúncia ao Procon.

Liguei novamente no consultório, obtive a mesma resposta. Pedi então que a secretária o informasse sobre a sua atitude irregular perante o CRM. Ela disse que ia passar o recado e que mais tarde ele me ligaria. A ligação veio algumas horas depois  e a resposta era a mesma: ele não ia me dar a receita. Eu, mais uma vez a alertei sobre a irregularidade e mais: disse que iria fazer uma reclamação formal ao conselho de medicina. 

Mais que depressa ele pegou no telefone e ai deu-se o diálogo que vou "tentar" reproduzir:

Ele - Oi QUERIDA, qual o problema?
Eu - Problema algum. Apenas quero a minha receita para comprar as lentes de contato.
Ele - Mas eu não posso te dar. Você já imaginou se o fornecedor te der lentes erradas?? Você pode ficar cega em 24 horas.
Eu - O senhor tem um laboratório de medicamentos também?
Ele - NÃO!!! Porque?
Eu - Então o senhor não receita colírio?
Ele - Claro que receito.
Eu u - Mas é a mesma coisa. Imagina se eu compro um colírio de má qualidade !! Posso ficar cega em 24 horas.
Ele (irritado) - Não QUERIDA...
Eu (irritada tb) - Querida NÃO ! EU mal o conheço. Inclusive, Dr Sérgio, eu uso lente há 34 anos e nunca tive problema. Esse fornecedor me atende há pelo menos 16 anos.
Ele - Faz o seguinte: Você tem a receita do óculos que eu te passei ?
Eu - Tenho sim
Ele - Então vc pega a receita e leva na ótica e compra sua lente.
Eu - Mas o senhor, na ocasião da consulta me disse que o meu grau de óculos é diferente do grau da lente. Agora o senhor quer que eu compre uma lente com grau errado? Que tipo de médico o senhor é? Isso que o senhor está impondo (comprar a lente única e exclusivamente no seu consultório) é ilegal, anti-ético.
Ele - Eu tenho o respaldo do Conselho Regional de Oftalmologia.
Eu - Olha Dr, eu sou publicitária e conheço bem os meus direitos.
Ele - Ahh é ?? Você tá querendo me encher o saco ???? então vou encher o seu também: você veio aqui em ABRIL sua receita não vale mais. Receita é válida por 3 meses.
Eu - O senhor está tentando me dizer que devemos procurar um oftalmo a cada 3 meses ???? Não é possível, Todo mundo vai ao médico uma vez ao ano. O senhor está usando isso como desculpa.
Ele - Não vou aguentar suas grosserias.....

Desligou na minha cara !!!!

Cheguei a pensar que ele tivesse mesmo o respaldo do Conselho Regional de Oftalmologia e imediatamente entrei no site me deparando com a seguinte informação:

É vedado ao médico:

Art. 68. Exercer a profissão {...} dependência {...}, óptica ou qualquer organização destinada à {...} ou comercialização de produtos de prescrição médica, qualquer que seja sua natureza.
Art. 69. Exercer simultaneamente a Medicina e a Farmácia ou obter vantagem {...}, pela comercialização de medicamentos, órteses, próteses ou implantes de qualquer natureza, cuja compra decorra de influência direta em virtude de sua atividade profissional.


Bingo !!! Achei o que precisava.
Este médico está realmente em total desacordo com as normas dos conselhos, seja ele de medicina ou de oftalmologia.
Entrei em contato com os órgãos competentes, mas não tive retorno. Entrei em contato com a Unimed Ribeirão para denunciar o comportamento e adivinhem: Não tive retorno.
Hoje resolvi mandar uma sugestão de reportagem para o Jornal Hoje.
Agora eu quero assistir de camarote o momento em que ele vai chamar a repórter de QUERIDA.
Nem que seja de óculos. PLIN PLIN !!!!!
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...