Sobre o Conteúdo do Blog

Blog de histórias reais e de ficção.
Um lugar para expor opiniões que provoquem dor ou delícia!
Qualquer semelhança com histórias ou comportamentos reais poderá ter sido mera coincidência. Ou não!



quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Parei para um Plasil






Gotas Pediátricas:

Moleque engomadinho, de sapato fechado e meia ¾ na frente da vitrine da loja de brinquedo vigiado bem de perto pelo pai. Ajoelha em frente aquele carrinho que funciona com 456 baterias e custa metade do salário do genitor e grita: 
- Paiiiiii é esse que eu quero.
O pai, coça a careca, tenta fazer o menino se levantar e diz que não pode agora, que é muito caro. O  maletinha chora e continua ajoelhado.  Pai passa a mão na cabeça consolando o pobre infeliz.  O pequeno container grita ainda mais alto – sim é possível gritar mais alto . O usuário do Capiloton se ajoelha tentando convence-lo de que não pode ser assim, que o natal tá chegando, que tem outro mais bonito em outra loja, que .... que.....  O ser insuportável, nesse momento, se joga no chão e bate os braços e pernas num contorcionismo louco, acompanhado de gritos e urros a 179 decibéis. Arrelia então, entra com a peste na loja e se endivida até a próxima encarnação. 

Posologia: 30 gotas de 12 em 12 horas!

Solução Oral:

Adolescentes juntas no banheiro feminino – pelo menos 5 -  tirando fotos no espelho a la Pato Donald, Margarida, Tio Patinhas e outros bicudos. Todas devidamente uniformizadas em roupichas “de marca” , dentalmente aparelhadas  e com celulares que permitem acesso a internet, claro! Todas falando ao mesmo tempo, e alto. Todas usando aquele perfume insuportável – sim !!! o mesmo. Todas fãs de Justin Bieber, Luan Santana, Naldo e afins. Todas falando mal de uma coitada que provavelmente saiu por 30 segundos para um xixi. Todas te olhando feio, quando você resolve lavar as mãos e interrompe a chacrinha. Todas futuras fubangas em potêncial. 

Posologia: 15ml  uma vez ao dia!

Comprimidos:

Mulheres crescidas, mal resolvidas que valorizam mais do que devem qualquer experiência vivida. De preferência que seja uma má experiência. De preferência que todos tenham sentido pena. De preferência que ela tenha conseguido superar (by the way, odeio essa palavra). De preferência que ela, depois da tempestade, apareça no papel de salvadora da pátria. Aquele tipinho, de voz infantil, que fala muito devagar com uma pseudo didática irritante. A sonsa que diz: “aiii eu não vi, não tenho tempo pra isso, é que me contaram, sabe?”. É aquele ser “angelical” que carrega um demônio de mágoas dentro do peito mas aprendeu perdoar. Dá mais ibope! Calça um sorriso dentuço e desfila pela rua fazendo coraçõezinhos com as mãos. Aquela,  preocupada de ma isss com o seu bem estar,  que manifesta isso em e-mails carinhosos que tem lá no final um comentário- assim como quem não quer nada – que te deixa com a pulga atrás da orelha. Sempre pronta pra ajudar, não dorme a noite porque tem muitas ideias para fazer o bem sem olhar a quem. 

Posologia: 02 comprimidos a cada 8 horas.

Solução Injetável:

Todo mundo conhece um “galã”. Longe de ser um Deus Grego, ele se olha no espelho e jura que é um “pitel”. Só isso já seria o suficiente para umas gotinhas.
Esse pseudo George Clooney é um conquistador e como tem gosto pra tudo e muita mulher em desespero de causa, o danado sempre se dá bem. Claro que o ISO dele não é nem 900, mas pra quem tem baixo controle de qualidade, Joelma e Gisele dividem o mesmo status. Lá pelas tantas ele, cansado de não ter quem lave suas cuecas, resolve se casar. Arruma uma moça “jeitada”, virgem, de família, de preferência com algum dote financeiro e passa a viver o papel: “quem manda aqui sou eu”. Depois de alguns meses, a megera – sim, porque nesses casos, todas as mulheres viram um monstro na cabeça desses cretinos – passa a dar cada vez mais ordem e a lavar cada vez menos cueca. Aí, o galã se enche de razão e vai pra rua arrumar uma MNBCFHGSSD.  A Sigla da Vagaba: Mulher Nova, Bonita e Carinhosa, Faz o Homem Gemer Sem Sentir Dor. E o mundo cada dia mais povoado de piriguetes, joga imediatamente uma calcinha no colo dele. Vinte anos, quinze amantes e duas DST`s depois a “esposa” descobre que ele tem outra. Chama os filhos, responsáveis teoricamente pelos 45 kilos que ganhou ao longo dos anos, e diz que vai perdoar o “pai deles”. Todos se abraçam, “todos perdoa, todos comemora”. George olha disfarçadamente pro cuco na parede e pensa: - Vou me atrasar pro pagode!  

Posologia: Injeção na veia – 4 em 4 horas.

INFORMAÇÕES AO PACIENTE - PLASIL

Conservar em lugar fresco e ao abrigo da luz - O Remédio.

Você pode usar Filtro Solar !!!!!!! Para recomendações excessivas de uso de filtro solar recomendo 45 gotas dia. 

ARGH !!!!

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

A culpa que nos carrega!

By Google imagens.

Dizem que os piscianos têm mania de carregar as culpas do mundo e como tal, devo admitir: é verdade, mas não somos os únicos.

Carregamos culpas desde pequenos, quando recebemos cobranças dos pais e professores:

 - Menina! Você precisa ser mais comportada, mais aplicada, mais limpinha, menos gulosa, mais estudiosa, mais obediente e pintar dentro da linha.

Diante da impossibilidade da perfeição, nessa fase, me lembro de ir dormir com 100% de mim se achando a pior menina do mundo.

Na adolescência a coisa ficou pior:

Precisava  ser mais magra, mais bonita - apesar de usar aparelho, de usar óculos e de ter espinhas – causadas claro, pela minha insistência em comer chocolate e a "falta de cuidado" em não lavar o rosto com o sabonete certo 950 vezes ao dia. 

Precisava ser a primeira da classe e o mais cruel de tudo: Essencial que eu fosse meiga e delicada.
Fase de jogar minha cara espinhenta no travesseiro com 195% de mim tendo a certeza de que era  a pior mocinha do mundo.

O tempo passou, virei  quase adulta  e outros dramas surgiram: Não passei na USP nem no concurso Banco do Brasil. Fiz  faculdade de propaganda – e olha o absurdo: Não aparecia na televisão!

Adorava a noite, adorava os amigos, adorava cantar, bebia moderadamente, fumava moderadamente.
Tinha um namorado gordo e careca, que não queria saber de casar.

- Nossa!! Como assim?
- Namora, viaja com o namorado e não vai casar!
- Mas não é mais virgem?
- Deu pra esse cara feio?
- Fim dos tempos!

Pra piorar, na cabeça do meu pai inconformado, eu trabalhava no Mappin e ele "não tinha pagado a faculdade para eu acabar balconista."

Cabeça mergulhada no travesseiro e 80% de mim jurava mser uma vadia, deflorada e solteira, que não conseguia agradar ninguém no mundo; 10% sentiam uma raiva danada de não poder ser feliz assim e o os 10% restantes ficavam buscando uma forma de explicar pro "Seu" Doca que o lugar que eu trabalhava era a ALMAP, não o Mappin!!

Aí, eu me casei!  Porque um dia, quase todo mundo casa! Cobranças se multiplicaram como a poeira em cima da minha cômoda: Sua casa não é tão bem decorada- como a daquela amiga rica que casou ano passado e tem 15 empregados - nem tão arrumada como a da sua tia - que tem "toc". Sua comida não é boa como a da sua sogra e sua roupa tá mal e porcamente lavada e passada.

 Momento  em que pousava  a cabeça no travesseiro – que diziam empoeirado e contaminado de ácaros – e enquanto 70% de mim se sentia a pior dona de casa do mundo, os outros 30%  pensavam em tudo o que tinha pra fazer no dia seguinte.

Vieram os filhos !!!  Muito Plasil e Rivotril para lidar com os "palpitólogos" de plantão. Eles – os filhos - não eram tão educados como deveriam. Eu era uma mãe  ausente, negligente, irresponsável. Eles, os filhos,  não andavam arrumadinhos como os outros priminhos, filhos daquelas primas que passaram a viver a vida em função de marido e filhos.

- Fulana é uma graça, né gente? Os menininhos dela, tãooo educadinhos.
- Mas ela é muito responsável, nossa! Vive pra eles.
- Nossa, que diferença da Beltrana, né?  Um absurdo Ela tem empregada, trabalha fora. Folgada, viu?

A noite, apoiava a cabeça no travesseiro e 50% de mim ficava culpada, 25% com ódio mortal das críticas e 25% com uma pena danada daquelas coitadas que abdicaram dos sonhos e da vida pra lavar cueca e limpar bunda de criança.

Acabei me separando e claro, resolvi  continuar com a vida.  Ahh !! Que dureza. Ouvia dioturnamente a ladainha:

- Você sai demais;
- Namora demais;
- Gasta demais;
- Viaja demais, terceiriza demais;
- Deixa a casa na mão de empregada, deixa os filhos nas mãos de babá.

Inconformada, de madrugada, no travesseiro, 40% do que me restava de consciência lúcida sentia culpa, os outros 60% pensavam em como curar a ressaca para voltar ao trabalho no dia seguinte.

Aliás, no trabalho, não era diferente. Na cabeça dos chefes,   eu sempre fazia menos relatórios do que a outra gerente, menos visitas do que aquele contato que não sabia fazer mais nada da vida a não ser vender reclame na "rádia". Faturava menos que aquele colega, mal amado, que nunca queria voltar pra casa por conta da mulher megera. Não limpava direito a mesa, ou a sala, ou o escritório. Usava muito o telefone para assuntos considerados particular - mesmo que significasse dizer para a enfermeira da escola do meu filho quantas gotas de Tylenol ele estava acostumado a tomar - Usava decote de menos , tratava muito bem meus subordinados e não conseguia ser hipócrita diante das peladonas sem caráter que conseguiam vaga como diretora a certa altura e flacidez da vida.

Nessa altura,  45%   eram culpa, 20%  eram pena da falta de perspectiva dos companheiros medíocres de trabalho e os outros 35% mandavam, mentalmente, todo mundo a merda.

No geral, a dita sociedade nos impõe algumas posturas chatas e politicamente corretas além da conta.  Temos que fazer doação, que reciclar o lixo, ser voluntário e partidário, não podemos gostar de novela, nem do BBB. Precisamos perdoar os que nos feriram, e dar a outra face.

Nesses casos, hoje em dia, deito a cabeça no travesseiro e 5% de mim sentem culpa – pelo lixo reciclado. 45% lamentam as cobranças e 50% sentem um misto de raiva e pena das pessoas que cagam essas regras.
E como se não bastassem os problemas reais, o mundo virtual nos bombardeia de cobranças através dos  malditos pedidos de compartilhamento pelo autismo, pela síndrome de Down, pela paz mundial, pela tia Cotinha que está internada com Alzheimer e nem sabe que você existe mais.

Amigos, que nunca vimos mais gordos – ou mais magros – nos propõem brincadeirinhas ridículas pelo câncer de mama, pelo dia do trabalho, pela Dorinha, que perdeu os dentes em mais uma briga com o cretino do marido.

As beatas hi- tech com aquelas orações - sempre muito poderosas e infalíveis - que te abençoam até a página dois, desde que você repasse para 4.678 pessoas. Caso não o faça, seu mundo vai acabar em barranco, seu dinheiro vai aparecer na cueca do Sarney e seu Santo protetor será Murphy.


Finalmente, diante dessas situações, posso afirmar que deito meu rosto – com espinha ou não – no travesseiro - empoeirado ou não e 100% de mim sentem uma culpa danada de não ter colhido a tempo as plantações da minha FarmVille.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Planeta dos Macacos - A Origem

Foto divulgação do filme. 



Um dos primeiros textos que escrevi aqui no blog foi sobre o filme Avatar. Na época disse que não tinha a pretensão de ser crítica de cinema. Continuo não tendo e apesar do meu mestrado em Imagem e Som ainda não me sinto apta a isso. O que coloco aqui é a impressão de uma pessoa que gosta muito de cinema. Leiga !

Domingo passado fomos ver o Planeta dos Macacos com uma super recomendação da mídia e de alguns pseudos críticos. Li uma coisa assim no Face:
- “O filme é bem legal” ai um esperto comentou: “Como assim, bem legal?  Aquilo é uma obra prima”.

Fui pro cinema achando que ia assistir uma coisa fabulosa!

Tá, o filme é bom. Mas só isso. BOM !!! Nem vou falar sobre as questões da ciência - o que é ou não possível - trata-se obviamente de uma ficção, mas algumas questões ficam ridículas até pra um filme desse gênero:

Primeiro: O orangotango do circo tem a quase a mesma capacidade do chimpanzé treinado e medicado. Eles se comunicam por sinais - com direito a legenda explicativa - numa linguagem bem complexa para a espécie.

Segundo: Quando os “símios” fogem, rapidamente se multiplicam. Chega a ser constrangedor. E o número vai crescendo em progressão geométrica enquanto eles correm por São Francisco.

Terceiro: Invadem o zoológico, e de lá saem super macacos que apesar de  nunca terem tido contato com a droga nem com o vírus são igualmente inteligentes. Putz, que mágica!!

Quarto: O gorilão pula da ponte e alcança um helicóptero de forma inacreditável. A droga deve proporcionar poderes de 007.

Quinto: De repente ELE FALA !!!! E eu fico chocada em nossa senhora da linguagem.

Quando o filme acabou continuei sentada esperando mais alguma coisa. E tinha! A cena explicativa de como o vírus vai acabar com espécie humana e fazer os macacos fortes. Muito parecida com a do filme que conta a história da disseminação da AIDS pelo paciente zero.
Ou seja, nada de novo.

O sábio Rubens Ewald Filho em jantar na última quinta-feira me disse: É... é um bom filme! 
Salve Rubens!!!
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