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Blog de histórias reais e de ficção.
Um lugar para expor opiniões que provoquem dor ou delícia!
Qualquer semelhança com histórias ou comportamentos reais poderá ter sido mera coincidência. Ou não!



sexta-feira, 25 de julho de 2014

Sob o Signo de Peixes ! 9



Apaixonaram-se rapidamente e diante da intensidade fizeram um pacto: Ficariam extremamente felizes quando estivessem juntos e quando precisassem estar separados, leriam os mesmos livros, ouviriam os mesmos discos, assistiriam aos mesmos filmes e seriam igualmente felizes com a presença um do outro nos símbolos, nas músicas, nas lembranças.

Com o final do ano se aproximando,  Zé Edu preparou uma surpresa para Beatriz.

Sabia que, a impossibilidade de estarem juntos nas festas, os deixaria com uma sensação de vazio. Não queria que sua “princesa” sofresse com isso.

Beatriz, por sua vez, queria se fazer presente. Queria estar no pensamento daquele homem, que a cada dia ficava mais impregnado na sua alma.

Sentamos um de frente ao outro, na cama do flat, tinham nas mãos caixas muito bem embrulhadas.

Olharam-se profunda e demoradamente, esboçando um sorriso amoroso. Olhos e bocas em perfeita harmonia.

- Você primeiro, disse Zé Edu, entregando à Beatriz o pequeno embrulho.

Ela, conhecedora das gentilezas do amado, imaginou o que havia na caixa que era, nitidamente, de joalheria. 
Não pode conter o espanto. Uma aliança, quadrada, com um brilhante, e um bilhete:

“Quero você! Sempre! Pra Sempre! Pra mim!”

Não conteve a emoção ao perceber o quanto ela significava para ele, que num primeiro momento lhe pareceu tão prático, tão desprovido de sentimentos profundos.

Entregou o pacote, de tamanho médio, bem embrulhado.

- Imaginei que seria muito complicado para você, justificar qualquer presente ao chegar em casa, então...

- Não! Deixa eu abrir primeiro, não me conte o que é - ele disse fingindo estar bravo, enquanto sorria largamente.

Pegou o pacote com cuidado, tirou o laço, olhou para ela, tirou o papel, olhou para ela, abriu a caixa e ficou boquiaberto.

Dentro uma gravata linda, com estampa larga que combinava perfeitamente com o estilo dele e no meio, bem posicionado um pingente de ouro.

- Arrumei uma forma de me manter perto do seu coração, disse Beatriz emocionada.

- Essa moeda- continuou - uma libra esterlina do início de 1900, com a imagem da Rainha Vitória de um lado e de São Jorge matando o dragão do outro - encontrei numa joalheria e mandei montar em pingente para você. Como sei que é colecionador de moedas de ouro, acho que você pode dizer que essa veio no meio de algum lote que comprou.

- Além de doce e linda, você ainda pensa em tudo. Estou completamente apaixonado, Beatriz. Vejo sua imagem em tudo, sinto o seu cheiro, ouço sua voz o tempo todo.

- Você também povoa o meu pensamento. Como é bom sentir tudo isso, não é?


O beijo que trocaram foi intenso. Mais do que já tinha sido antes. Houve uma entrega que agora, parecia envolver a alma e não mais só os corpos que se tocavam sedentos de prazer.

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Sob o Signo de Peixes ! 8




Tânia acordou no exato momento em que Zé Edu entrou no quarto.
Abriu os olhos em tempo de vê-lo entrar no banheiro. Parecia entorpecido, quase flutuando.

-Desgraçado, pensou.

Foi invadida por um sentimento perturbador. Não o amava mais como antes, mas não conseguia imaginar sua vida sem ele. Não tinha mais o mesmo desejo e sabia que ele também não. Aliás, o dele havia acabo há tempos, mas  imaginá-lo nos braços de outra mulher provocava nela uma ira quase incontrolável.

Teve ímpeto de sentar-se na cama e esperá-lo como achou que ele merecia: Gritos, cobranças, pedido de explicação pelo adiantado da hora e pelo cabelo em desalinho. Pensou melhor sobre as conseqüências da atitude e avaliou não ser essa uma boa ideia.

Pensou em fingir que estava dormindo e esperar até a manhã seguinte. Precisa manter a calma. A compra do carro novo, aquele dos sonhos, ainda não tinha se concretizado.

Decidiu por um meio termo.

Ainda de olhos fechados, sentiu Zé Edu sentar na cama e depois deitar-se. Percebeu quando ele virou de lado. Nesse momento, ela abriu os olhos a tempo de vê-lo abraçar o travesseiro e levar a mão ao rosto. Foi aí, que passou o braço pela cintura dela e disse:

- Vou dormir sem um beijo de boa noite?

- Achei que já estivesse dormindo, não quis acordá-la.

- Boa noite, Zé. Continue aí, divagando em seus pensamentos – o tom da voz mostrava total irritação.


Tirou o braço, deitou-se de bruços e simulou choro sentido. Quando se deu conta de que Zé Edu não havia percebido, acendeu a luz do abajur e resolveu ler mais um capítulo de Madame Bovary.

                                                                                                                                                  Continua 
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