Sobre o Conteúdo do Blog

Blog de histórias reais e de ficção.
Um lugar para expor opiniões que provoquem dor ou delícia!
Qualquer semelhança com histórias ou comportamentos reais poderá ter sido mera coincidência. Ou não!



quarta-feira, 26 de outubro de 2011

MOMENTO OUTBACK




Meu marido e eu adoramos o Outback. A primeira vez que fomos, há mais de 3 anos em São Paulo, ficamos encantados com o atendimento, com a comida com o delicioso chopp gelado naquela caneca bárbara.

Aqui em Ribeirão o Outback é bom, mas em São Paulo é ótimo. Os garçons de lá, normalmente universitários, não têm o menor constrangimento em ajoelhar para atender a mesa e conversam com total simpatia e desenvoltura como se amassem trabalhar ali. Os garçons daqui têm aquela aristocracia de Fazendão e apesar de ajoelharem, o fazem visivelmente envergonhados. O ambiente de lá é acolhedor, divertido e sério (dá pra entender?). O daqui é típico lugar de modinha, barulhento, frio, com uma tentativa tosca de ser divertido.

A comida, em compensação é espetacular em qualquer lugar.
Ontem estivemos lá para explorar nosso momento Outback. Atendimento sofrível. A moça devia estar com algum problema – relevamos os 20 minutos que levaram pra nos trazer dois chopps.

Enquanto esperávamos resolvemos dar uma analisada no cardápio e de repente me lembrei da Albertina e da Dona Eni, lá de Bauru. Dizem que nesses locais, além de moças de phyno tratto (fica chique escrito assim,né?) os preços são exorbitantes.
Dei uma olhada em volta a procura dos mastros de pole dance, mas não vi nada.

“ Não é possível”  pensei! Um lugar onde o chopp custa R$ 8,00, o guaraná Kuat R$ 7,00 e uma água R$ 4,00, tem que ter mastros de pole dance e palco!

Fizemos o pedido. E os dois pratos, que estavam maravilhosos, vieram até que rápido.
Estávamos nos deliciando com a Costela de Porco e a Tilápia quando elas entraram em fila, rebolando, seguidas de perto por um rapaz com um sorvete numa mão e o celular na outra.

Ahh !! Vai começar o Strip Tease, falei.

Mas não!! Era só o “Parabéns“ pro Pepa, o gordinho de boné da mesa ao lado, com direito a apagar a velinha virtual no Iphone do garçom. Aquela mesma velinha da homenagem que fizeram pro Steve Jobs, que nessa altura rolava no túmulo de frustração.

 A verdade é uma: Você vai ao Outback pra explorar o seu momento, mas quem acaba explorado é você!

Pô, esses preços e nem um peitinho de fora? Ahhh tem dó !!!

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

MORTE no ARENA





Há quase dois anos, quando tive minha estréia oficial  na Secretaria da Cultura num evento que na época era organizado pelo Bueno – cantor, pintor, escritor, compositor: artista – o Cultura em Canto. São vários corais se apresentando no palco do Teatro Municipal. 
Tudo correu bem: teatro lotado, coralistas felizes, platéia extasiada, Buenão realizado.
O evento acabou por volta de 22hs e o bate papo corria solto em frente ao teatro.
Denísia e eu observávamos o movimento. Eu esperava meu marido e ela gentilmente me fazia companhia. De repente quando fomos abordadas por uma senhora muito assustada. Ela tinha 50% do rosto tomado pelos olhos arregalados:

- Vocês trabalham aqui?
- Sim, somos da Secretaria da Cultura.
-Ahh, vocês precisam fazer alguma coisa, tem uma moça lá dentro do Teatro de Arena sendo judiada por um moço. Ele ta jogando até balde de água nela. "Cêis" não ouviram ela gritando????

Denisia e eu nos olhamos e partimos em direção ao Arena, que fica bem em frente ao Municipal. Enquanto descíamos os degraus do teatro a Denisia falou:
- Hum, acho que tem um pessoal do TPC ensaiando aí hoje!

E a mulher:
- “magina”, ele ta judiando dela mesmo... eu vi! E ó, já chamei a polícia e o Samu!!

Corremos em direção ao teatro já chamando pelo Alcimar – diretor de teatro- na esperança de que nada de ruim estivesse acontecendo por ali.
Demorou um pouco e ouvimos vozes. Continuamos chamando e ouvimos risos. Em seguida um grupo de 5 ou 6 pessoas liderados pelo diretor subiram as arquibancadas do Arena para nosso alívio.

- Ta tudo bem ai ?
- Tá, respondeu Alcimar rindo. É ensaio, uma cena de morte.
- Nossa Alcimar, qual o nome do espetáculo? Vou recomendar, foi tão convincente que já chamaram a polícia.
- Cê ta brincando?
- To nada!!! Vou ligar agora no 190 pra avisar que não é nada.

Enquanto isso a mulher, trancada dentro do carro, esperava por um parecer nosso.
Explicamos a ela que era um ensaio e tratei de ligar na PM para cancelar o chamado.
A atendente :
-Nossa, recebi três chamadas para essa ocorrência. A última mulher que ligou tava tão nervosa, me xingou!!!

Dois minutos depois encosta uma viatura. Fui até o carro e expliquei o que estava acontecendo. Num primeiro momento o guarda olhou pra mim meio desconfiado mas depois entendeu do que se tratava.

Meu marido chegou e quando saíamos do Morro do São Bento cruzamos com a ambulância do SAMU.

No dia seguinte liguei pro Alcimar:

- Te livrei de uma boa ontem, heim? Ia acabar no xadrez!
- Chris, Cê nem imagina: enquanto a gente fazia a cena, tinha um cara na grade que gritava:
- Animaaallll, solta a moça, vou chamar a polícia!!!

Além de rirmos muito do mal entendido chegamos a algumas boas conclusões:
 TPC tem ótimos atores, a polícia é rápida e o Samu aparece quando a gente precisa dele.

Foi uma estréia com emoção!!!!!

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

OUTUBRO ROSA





Durante todo o mês seremos bombardeados com posts, e-mail, tweets, diretos ou compartilhados, sobre esse tal de OUTUBRO ROSA.
De verdade isso não me sensibiliza, não me atinge, não me comove.
Os que sabem da minha história, neste momento estão chocados em Nossa Senhora da Ingratidão. Eu explico: Acho pouco, bem pouco, quase nada toda essa “mobilização”. Não acredito em campanhas de prevenção de câncer de mama até que alguém me prove que efetivamente seja possível de se prevenir. Possível é um diagnóstico precoce que aumenta as chances de cura dessa doença que parece crescer em progressão geométrica.
Eu não fazia parte do teórico grupo de risco e tive câncer de mama. Descobri com auto-exame, hoje desaconselhado por alguns médicos, mas foi um conjunto de coisas que salvou minha vida:  
O auto-exame, uma médica consciente e um tratamento eficiente.
Agora preciso contar a vocês que, se tivesse considerado apenas o resultado do ultrasom de mama e a biópsia que fizeram num laboratório de Ribeirão, hoje não estaria aqui escrevendo essa história. O médico que fez o ultrasom disse que o nódulo em nada se parecia com um tumor maligno e a biópsia apontou uma displasia mamária.
Sempre digo para as mulheres que conheço:
- Façam biópsia guiada por ultrasom.
Que não foi o meu caso. Sorte existir um anjo chamado Silvana Quintana na minha vida. Ela me aconselhou:
- Chris, é um nódulo sólido. Nunca é legal. Vamos tirar.
E bingo! Lá estava o tal do Carcinoma Ductal Infiltrante II. O mais vagabundo dos cânceres. O mais comum, mas não menos perigoso.
Passei por quadrantectomia, esvaziamento axilar e 6 sessões de quimioterapia que me deixaram gorda e careca. Um ano e meio depois ele voltou em dois pontos. Menores, mas ativos!
E á fui eu, rumo ao H.C para uma mastectomia radical com a possibilidade de colocação de uma prótese – dependeria de como ia estar a “coisa” lá dentro. Felizmente estava tudo bem e nunca me vi sem o seio. Perdi mamilo, bico e fiquei com duas baitas cicatrizes, mas como diria Elisa Maria – “Antes fanhoso que sem nariz”. Mais sessões de quimio, mais kilos, menos cabelos !!!
Agora em Dezembro faz 11 anos da primeira cirurgia. Em agosto fez 09 da segunda.
Estou ótima, faço exames regularmente e me sinto totalmente fora de perigo.
Então o que tenho a dizer sobre o OUTUBRO ROSA é o seguinte:
Não fiquem achando que compartilhar informações no Facebook no Twitter ou por e-mail vai te fazer imune da doença. Colocar a mulherzinha pra caminhar, a flor pra nascer, a santa pra curar também não.
Não há NADA que você possa fazer, infelizmente, para se imunizar. O que DEVE ser feito são exames periódicos e consultas regulares ao seu ginecologista.
Diagnóstico Precoce. É isso que salva a vida

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Queimei o Primeiro Sutiã !!

Montagem feita por mim - Imagem do Filme da Valisère de 1987



Eu poderia aqui fazer um gênero e dizer:
- Desde que vi a propaganda do Primeiro Sutiã criada na DPZ pelo incrível Washington Olivetto desejei ser publicitária.
Garanto que ia super colar e todos ficariam achando:
- Que fofoooo!!!
Mas é mentira, gente. Na verdade, meu desejo inicial era ser enfermeira.

A vida me trouxe para esse mercado onde atuo há 27 anos. Ou atuava! A vida não, quem me trouxe pra essa pocilga, foi uma senhora chamada Sueli que conheci quando fazia cursinho no Objetivo em São Paulo. Na visão dela, eu não combinava em nada com a minha opção inicial, e afirmo: Ela tinha toda razão.

Durante os  meus 10 primeiros anos de mercado, atuei em São Paulo e conheci o lado profissional maravilhoso - algumas vezes filhodaputa - do publicitário. Foram anos dourados, convivendo e aprendendo com grandes nomes da propaganda nacional.

Um dia, resolvi vir pra Ribeirão achando que seria uma coisa legal.
Pessoalmente foi. Amo a cidade, amo as pessoas, o clima. Ainda ando pelas ruas feliz e pensando:
- Eu moro em Ribeirão!! Tenho orgulho daqui.
Mas, profissionalmente foi o meu calvário.
Difícil enfrentar um:
– “Vincular seu reclame na rádia.”!
Eu, super pretensiosa, acreditava que poderia fazer a diferença numa cidade que ainda engatinhava na área. Ledo engano. A máfia da incompetência no Fazendão tem um peso inacreditável.

Sobrevivi graças a minha atuação como produtora. Salve Sr.Raul Gil e a oportunidade de aprender uma nova função.

Depois de 17 anos por aqui - 10 atuando como publicitária - queimei o Primeiro Sutiã com o fósforo oferecido por esse mercado prostituído e conformado com isso.
Cansei de tentar entender onde está o problema. Conversei com pessoas, disponibilizei meu tempo, fiz reuniões, planos, projetos. Briguei por posturas mais éticas, menos confusas, mais eficientes!
Perdi a luta. Perdi e sofri represálias no melhor estilo mafioso.
Ainda assim, tomei fôlego e tentei mais um pouco. Aí,  perdi foi a paciência.

Não quero continuar nesse mercado. Não do jeito que ele se comporta.

Contatos publicitários sem formação que se encaixariam magnificamente como vendedores de sabão em pó, por exemplo.
Saem pelas ruas preocupados em cumprir as malditas 15 visitas por dia e não fazem ideia do que é um GRP. Não fazem ideia e nem questão de aprender mas visitam o meu cliente e aconselham a compra direta da mídia.
– Ah! Agência é bobagem, faz comigo. Te dou a criação e nem te cobro nada.

Diretores comerciais despreparados,  pressionam esses coitados a fecharem contratos a qualquer custo mesmo que o produto que ele coloque no ar não tenha nenhuma adequação com o público da emissora. São “profissionais” que só faltam usar chapéu preto, óculos escuros e fumar charuto. Assustadores.

Donos de agência que leiloam seus serviços. Inseguros - na maioria das vezes com toda razão -  com a qualidade do trabalho oferecido e do resultado para o cliente, não cobram pela criação e abaixam tanto o percentual da comissão de mídia que mostram as cuecas.
Na outra ponta, donos de agência que se acham a última bolachinha do pacote, o rei da bala chita. Exibem meia dúzia de troféus nas prateleiras da sala de reunião e descobrem a roda a cada campanha. Não satisfeitos, assumem cargo em associação começam a cagar regras e fingem que não te conhece nos eventos.

Festivais - reza a lenda, sérios -  que premiam, por exemplo,  a maior piada já veiculada em horário nobre. Piada produzida sem o menor cuidado, sem o menor respeito pelo público e usando músicas, personagens e imagens sem pagar direitos autorais.

Fico de fora  até  que os profissionais sérios e competentes do mercado façam algo pra salvar e honrar nossa profissão, fico de fora até ter certeza de que não vou emburrecer, fico de fora enquanto não tiver certeza de que vão me deixar fazer mais e melhor.

Queimei o primeiro sutiã, não o último!

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

O Roubo das Vassoura.

Foto: VEJA  on line. 

Num primeiro momento parece uma triste ironia: Vassouras colocadas na frente do Congresso Nacional, como símbolo de limpeza da corrupção,  são roubadas pelos ambulantes, servidores e seguranças.
Quando parei para analisar – depois de alguns comentários no Facebook – cheguei à triste questão: Existe diferença entre roubar vassouras e roubar o dinheiro público?
Alguns, mais inflamados dirão:
- Claro, vassouras são baratinhas, o povo rouba porque não tem dinheiro pra comprar.
Ahh ta !!!! Então eu posso justificar as atitudes dos corruptos da mesma forma:  Roubam grandes quantias porque também não tem dinheiro suficiente para comprar os jatinhos, iates, apartamentos de 3.200 metros quadrados, viagens anuais à Europa, Bali, Taiti.
Veja bem, não estou aqui fazendo uma apologia à corrupção, muito menos defendendo os políticos imorais. O que pretendo aqui é fazer uma reflexão.
Atire a primeira pedra quem nunca praticou pelo menos um “pecadinho” do tipo: Estacionar em vaga de idoso ou deficiente – “ é rapidin !!”.
Parou em fila dupla pra deixar filho na porta da escola, furou fila no banco, ou a da entrada do show –“ eu conheço o porteiro”.
Subornou aquele guarda na rodovia quando ia a 140km/h – “ Oh seu guarda, alivia ai, to com uma puta dor de barriga”.
Colou na prova de matemática ou andou na contra mão na rua e principalmente dentro dos shoppings – “tem uma vaga bem ali ó!”.
Sabemos de pessoas que levam pra casa os lápis, canetas e clips da empresa onde trabalham. Que não devolvem os R$ 0,25 centavos de troco do pãozinho que a patroa pediu pra comprar na padoca da esquina. Pessoas que jogam lixo pela janela do carro, buzinam tarde da noite em frente a casa do amigo, desperdiçam os guardanapos e catchup’s no Mc Donald’s e ainda deixam toda a bagunça sobre a mesa que usou . Eu conheço um médico, aqui em Ribeirão, que não dá receita para lentes de contato. Te obriga a comprar dele – o que é ilegal no CRO*. 
Todo mundo conhece aquele tipo que, no cinema,  coloca os pés sobre a poltrona da frente, conversa alto com o companheiro, atende o celular, come pipoca de boca aberta e deixa tudo sujo a sua volta. – “to pagaaannndo”. Tem até quem coma as frutas e iogurtes que os colegas de trabalho deixam na geladeira comunitária.
Onde quero chegar com tudo isso?
Qual é a diferença entre nós, que praticamos pelo menos UM desses "pecadinhos", e os políticos que desrespeitam, roubam, abusam?
    -  A mídia, a exposição e as críticas enfurecidas feitas pela população. A mesma população que senta em cima do rabo e acha normal ter atitudes como as que descrevi. A mesma população que se tiver a oportunidade de chegar ao dito “poder” vai SIM levar vantagem, vai SIM ser corrupta, vai SIM se valer da  posição que ocupa para favorecer parentes e amigos.
E sabe o que mais? Vai achar super normal.
Hoje roubam vassouras, amanhã enchem as cuecas de dinheiro!
Truco??? Seis ladrão......................


*conselho regional de oftalmologia.
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