Sobre o Conteúdo do Blog

Blog de histórias reais e de ficção.
Um lugar para expor opiniões que provoquem dor ou delícia!
Qualquer semelhança com histórias ou comportamentos reais poderá ter sido mera coincidência. Ou não!



quarta-feira, 29 de junho de 2011

Sempre tem um FILHODAPUTA 2 !!!




Capítulo 02

O pintor do mal era diretor comercial de um Jornal do ABC paulista. Fez escola. Sei de histórias dos filhotes criados por ele que são de arrepiar. Um ponto positivo: reencontrar meu amigo Adão Casares que visionário, logo percebeu quem era o dito cujo e picou a mula. Picou a mula e alguns meses depois me chamou pra trabalhar com ele na rádio Machete FM. Ohh tempo bom! Aliás trabalhar com rádio é muito gostoso. Foi uma época de muito papo, muito whisky, muito samba e pouca grana. Patrãozinho mão de vaca era aquele Bloch. Mesmo com todas as delícias, lá também tinha um filhodaputa. Um filhote que respondia a outro maior, mas como nesse caso ambos iam com a minha cara, fui salva !!!! Salva mas não imune ao bipolar do patrão que ano depois mandou a equipe inteira embora. Precisava de renovação. A gente também !!! Saímos todos rumo ao Diário Popular. 60% da equipe foi contratada por um fofo chamado Jaime que tinha como diretor o Serginho. Lugar estranho, com gente esquisita, mas grana boa. Boa não, ótima. Ganhava em dólar. Nessa época conheci todos os importantes diretores de marketing das montadoras, bancos e grandes indústrias. Foi uma escola. Até que o Sr. Orestes Quércia foi desmascarado pela Revista Veja e resolveu por fim em alguns dos seus negócios. Impossibilitado de fechar o Diário Popular, a Revista Visão e a Rádio Antena 1 foi aos poucos cortando pessoal.  O primeiro a dançar foi o diretor comercial de coluna larga, Serginho – querido da gente! Assumiu o lugar ele: o filhodaputa. Revoltada a galera passou a chamado-lo de “Escariotes” – singela homenagem baseado no traidor mor da história da humanidade. O cara parecia o Sid da Era do Gelo. O Sid vesgo e mal vestido. Andava pelos corredores do Jornal com ares de dono. Chamava um a um em sua sala e praticava o melhor do assédio moral – naquela época não sabíamos que isso existia. Mesmo assim fui chamada pelo gerente com o anúncio de uma promoção. Recém casada fiquei muito feliz. Mais dólares me aguardavam. A alegria durou pouco. Uma semana depois, eu, o gerente e o resto da equipe estávamos demitidos. Para o desespero do filhodaputa acabei voltando 10 dias depois. Estava grávida e ele não podia ter me mandado embora. O que eu imaginava ser uma doce vingança acabou um pesadelo sem fim. Inconformado Judas me deu duas ordens: Estava proibida de atender meus clientes e pior: estava proibida de falar ao telefone. Tudo vigiado bem de perto pela secretária brucutu contratada por ele. Quatro meses e duzentas licenças médicas depois consegui sair daquele inferno.
Durante dois anos trabalhei por conta própria. Vendia perfume, lingerie, bijuterias feitas por mim, e até no meu momento autônoma, me deparei com a filhadaputa. Aquela do tipo gananciosa e mesquinha. Dessa me livrei facinho facinho, sem perdas financeiras, só emocionais.
O ano 1994. Resolvo sair de São Paulo. Faço uma ligação, depois outra e sem muito esforço acabo contratada para gerenciar uma emissora de rádio daqui de Ribeirão. Tinha paixão pela rádio. Tinha admiração pelo proprietário.
Tinha uma quadrilha de filhosdaputa. De todo tipo: vantaginha, puxa saco, puxa tapete, malandro, fofoqueira, incompetente. A maior concentração de filhodaputa por metro quadrado já vista. Eu que me achava escoladíssima no assunto –afinal já tinha lidado com filhosdaputa de vários tipos – me vi em total desespero. Também, convenhamos, os filhosdaputa até então eram de gabarito, tinham berço, tinham formação. Agora filhodaputa de quinta ? Ahh isso era novo pra mim.
Acabei pós-graduada, sem imaginar que ainda acabaria com Pós Doc no assunto !
Três anos, alguns desafetos e gastrites depois arrumei um emprego do qual sinto saudade. Foram seis anos no paraíso. Patrão maravilhoso, diretoria ótima – tinha um pseudo filhodaputa nela, mas o patrão não dava ouvidos a ele – colegas mega simpáticos. E ainda por cima  eu era a chefe aqui. Eu mandava, fazia do meu jeito. E melhor: era respeitada, era valorizada, era querida. Éramos uma família. Fazíamos churrascos no final da tarde no escritório, cantávamos, ríamos e chorávamos sempre juntos. Salário bom, ambiente delicioso, patrão com nível de exigência alto, mas possível de se cumprir. Cursos, festas, workshops, palestras, festivais. A empresa proporcionava o que tinha de melhor. A diretoria nos ouvia, aceitava nossas sugestões, nos dava liberdade de ação. Foi nessa época que vivi emoções intensas na minha pessoal. Me separei, me apaixonei de novo, me decepcionei, adoeci e me curei. Sempre apoiada, segura, feliz!
Um dia, o dono, desgostoso com a falta de interesse dos filhos pelo negócio, resolveu vender a empresa. Foi ai que chegaram os filhosdaputa. Mas não quaisquer filhosdaputa. Filhosdaputa estrangeiros, gananciosos. Insuportáveis! Um ano. Esse foi o prazo que durou minha relação com eles. Em julho de 2001 eles vieram a Ribeirão e encerram as atividades da empresa aqui. Vieram representados pelo próprio demônio vestido de Prada! Fomos humilhados, eu e meus funcionários. Tratados como ladrões. Precisei contratar advogado para receber os últimos meses trabalhados. Do paraíso ao purgatório em 7 anos.
Nossa, ainda tem 10 anos de história e de filhosdaputa.

Senta que lá vem história!!!

terça-feira, 28 de junho de 2011

Sempre tem um FILHODAPUTA 1 !!!

As Idiotas

Capítulo 01

25 anos de carreira são mais que suficientes para se viver todo tipo de experiência. Se você é publicitário então, a coisa se multiplica. O giro é imenso. Trabalhei em mais ou menos 15 empresas.
E garanto: isso é ótimo. Profissionais que ficam muito tempo no mesmo lugar acabam não recebendo convites para melhores colocações. Vale mais quem roda mais.
Vivi coisas maravilhosas, fiz amigos do tipo “pra sempre”, aprendi muito em todos os sentidos e me dei conta de que sempre tem um filho da puta.
O meu primeiro emprego foi na Almap. Fiquei lá três anos maravilhosos. Meu reconhecimento de filhosdaputa estava ainda destreinado. Agora pensando, conseguiria citar alguns nomes. A ignorância foi a benção do primeiro emprego!!
Passei rapidamente pela Jovem Pan, onde me divertia muito (mesmo sabendo que tinha um grandessíssimo filhodaputa de plantão). Trabalhar com Emilio Surita, Zé Américo, Rosana Herman, Oscar Pardini e Arnaldo Sacomani foi uma farra. Farra boa com grana pouca. Voltei pra agência – Lage Stabel BBDO, hoje Lage e Magy - e ai BINGO, ela apareceu. Sim, a filhadaputa da vez. Não vou citar nome, porque vai que a coisa mandada entra aqui, lê e resolve me processar. A coitada ainda vai ter que esperar na fila, porque o que tem de “Pollyanna” na porta do Fórum é inimaginável !!!
Enfim, o nome dela é parecido com o de alguém que dirige mal !!! rsrssrsrs charada....
Uma semana na empresa me avisaram que ela era do tipo que pede dinheiro emprestado até pro tiozinho do estacionamento. Não deu outra. A bicha era minha chefe, devia ganhar o triplo do meu salário e com menos de um mês de convivência teve a cara de pau de me pedir cinco cheques emprestados para pagar a cozinha planejada que ela pretendia comprar. Claro que não emprestei. Claro que ela ficou puta. Claro que nossa relação ficou impossível.
Levando em conta que ela não se dava bem com 99,9% da agência, achei bem melhor fazer parte do todo.
Na sala da mídia, ela era carinhosamente chamada de “manga” dada a sua semelhança física com o caroço da fruta chupado. Tínhamos até um caderninho, estilo diário, onde anotávamos todos os feitos e frases da dita cuja. Na capa – colada - uma manga coquinho, chupada e penteada, com olhinhos e boca desenhados.
Um ano depois, cheia das loucuras da minha chefe - que a propósito fedia - pedi demissão e fui trabalhar numa agência pequeninha e super charmosa em Pinheiros. Ficava numa casa linda, piscina, pessoal super divertido. Estruturadíssima, todos os departamentos com profissionais qualificados. Só tinha um problema: Não tinha cliente !!! Nesse lugar mimoso deparei-me com mais uma filhadaputa. Fraquinha, é verdade, mas não menos chata. Um cursinho com alguns outros que conheci a deixariam pior. Ela tentava sacanear, mas não tinha neurônio suficiente pra isso. Aquele tipo de vilã de novela das seis que faz a maldade e é desmascarada no mesmo capítulo. Adorava uma fofoca, uma intriga. Dois meses todo mundo sabia quem ela era. Apelidada de ½ foda, pela pouca estatura, adorava subir e descer as escadas correndo como se estivesse sempre apagando um incêndio. Era íntima da mulher do patrão e adorava contar a vida dos dois ao pé do ouvido de quem estivesse disposto a ouvir.
Agora, vou te dizer uma coisa: Os filhosdaputa têm uma capacidade de sobrevivência que merece ser estudada. Um ano depois de montada, a agência foi praticamente dissolvida – De 18 funcionários, ficaram três – um deles quem era?? Isso mesmo: a filhadaputa !!!
No ano seguinte conheci o quarto maior filhodaputa com quem tive o desprazer de trabalhar.
É, tenho um ranking.
O cara tem nome de pintor gaucho e realmente - perdoem o pobre trocadilho infame – pintava e bordava. Tinha seguidores e aprendizes. Era ardiloso, escorregadio. Sorriso fácil nos lábios totalmente dissonante com o olhar maléfico. Foi nesse período que desenvolvi Síndrome do pânico e fui despedida porque o filhodaputa me achava muito mal humorada. Anos depois soube que ele ainda continuava lá, firme e forte. To falaaaaannndo: Vida longa tem os filhosdaputa!!!
Tudo isso aconteceu entre 1985 e 1991. Tem chão, minha gente. Chão e filhodaputa. 
A seguir, nos próximos capítulos !!!!

domingo, 26 de junho de 2011

Delícia de ser mestranda

Dziga Vertov em O homem com a câmera na mão  1929



Tudo começou numa mesa de bar. Daniel Basso, Ferraz Jr, meu Amor e eu, numa 5ª feira - chopp em dobro- no Brookling. Comentei minha vontade de voltar à sala de aula. Ferraz se animou e combinamos: Vamos fazer mestrado juntos na UFSCAR. Eu em Imagem e Som, ele em Ciência Política.
Primeiro dia de aula saio de Ribeirão 12h, chego a São Carlos 13h15, rodo no campus até as 15h15 sem conseguir localizar a sala de aula. Frustrada, volto aos prantos pela estrada a fora. A pergunta: Mas você não se informou? Ahhh até na prefeitura, mas ninguém chegava a uma conclusão sobre o local. Pensamento recorrente: Acho que não sirvo pra isso mesmo !!!
Semana seguinte, 245 mil e-mails trocados com o coitado do secretário do DAC, mapa do campus na mão, chego meia hora antes da aula e descubro que a professora não vai dar aula por 3 semanas. Frustrada, pego a estrada de volta, dessa vez puta por não ligado antes. Pensamento recorrente: Estaria o Universo conspirando contra meu mestrado?
Finalmente a primeira aula. Percebo que sou a tia da sala. Nenhum espanto, quando a gente volta a estudar 25 anos depois de formada. Na sala, todo tipo de aluno: o chato contestador que felizmente durou só 2 semanas, a mocinha intelectual, os super interados de todos os assuntos, aqueles que se sacrificam vindo de longe toda semana e aqueles que viram uns queridos logo de cara. Nessa categoria: Barcelos, Cris, Ana Cláudia, Patrícia, Janaina e Humberto.
Durante alguns meses assistimos a vários filmes, discutimos Freud, Gerard Genett, Cecília Almeida Salles, Tarkovsky, Bresson, Godard, Glauber entre outros.
Descobri Dziga Vertov, Pasolini e Bergman. Abandonei Guel Arraes – meu primeiro objeto de estudo – para abraçar sem reservas Júlio Bressane e seu Filme de Amor.
Semana passada, na terça, foi a última aula do semestre. Nossa querida Josette – sumidade em Glauber – nos manteve entretidos por 7 horas e confesso, não queria que acabasse. Saímos da UFSCar rumo ao Espaço Múltiplo, lugar ótimo que recomendo aos Sãocarlenses. Bate papo delicioso, caldos deliciosos, pizzas aperitivo boas demais, cervejinha gelada e o prazer da etapa cumprida.
Descobri que sou melhor aluna que imaginava ao ser elogiada pela professora. Percebi que perdi um tempão achando que não era capaz de fazer um mestrado e que foi preciso o incentivo – quase uma intimação- do meu marido para ter coragem para tal.
Vou sentir falta da turminha, do café com croassant de chocolate, do bate papo com Bar nas voltas para Ribeirão, mas sobretudo, vou sentir falta de falar sobre as maravilhas da sétima arte com pessoas tão generosas, tão respeitadoras e tão gentis, como foram meus colegas de sala. Obrigada moçada. Vocês são especiais !
No próximo semestre continuo, dessa vez como ouvinte para em 2012 pegar firme no projeto e sair da categoria “anda” para “estra”! 

Humberto, Barcelos, Ana Cláudia, Cris, Josette e Luiz.
 E, a propósito: - Ferraz, espero que se anime com meu ânimo e venha fazer aula no próximo semestre. 

sexta-feira, 17 de junho de 2011

PONTAL, sensação MUNDIAL !!!

Logo que criei para as camisetas do nosso encontro.

A coisa começou super despretensiosa. Há exatamente um mês, meu primo Nirélcio, também conhecido por Arinelson postou uma foto no Facebook que nos trouxe lembranças de uma época deliciosa numa cidadezinha a 340 km`s da capital: Pontal.
     A foto me inspirou a criar um grupo que batizei de “Pontal, nos bons tempos – 70, 80, 90”. Foi a deixa que precisávamos para começar a reviver histórias, compartilhar fotos e sonhos esquecidos.
     Para que entendam a importância que isso tem pra mim acho necessário contar o que significou essa cidade na minha vida. A cidade e as pessoas, claro.
Pontal sempre foi pra mim o sinônimo de felicidade, de liberdade. Meu primeiro baile, meu primeiro beijo, meu primeiro amor. Os primeiros amigos sinceros. Os primeiros desafetos!
Os amigos permaneceram, às vezes acho que alguns desafetos também, rs.
     Morava em São Paulo e meu ano se resumia nos dias que eu estava em Pontal e nos dias que faltavam para ir outra vez pra lá. Era um amor incondicional. Pouco me importava a carência de lugares pra ir, a sujeira, o cheiro do garapão. Egoísta que sou, meu único incômodo era ver a cidade crescer. Acho que tinha alguma razão. A maioria de vocês não sabe, por exemplo, o que fizeram com a nossa Praça Bortolo Carolo (aliás, eu achava o máximo ter praça com meu sobrenome,rsrsrs).
     Precisava de pouco pra ser feliz. Amigos e um banco. O Preto de preferência. Bater bala de coco na casa da Didi, fazer flores de papel crepon com a Ana Paula Favaretto pra 20 meninas afoitas metidas numa fantasia de havaiana num carnaval qualquer. Ficar horas em pé na esquina do Banco Comind com Mônica e Eduardo Furlan e Simone Paschoal, falando bem e mal da vida alheia e vendo o movimento. Roubar o carro do meu avô tendo às vezes minha prima Adriana Olaia de cúmplice as 2hs da madrugada, só pra dar um voltinha pela cidade e ver o que tava rolando. Jogar baralho no Clube com a Cláudia Ferreira, ouvindo a Disco de Vinil do Roberto Carlos com a música Lady Laura. Paquerar platonicamente e descaradamente, às vezes! A turma X e as camisetas coloridas. O esquenta na casinha da esquina, anos luz antes de inventarem a coisa das repúblicas. O bar da tia Cida, o Stop. Comer “lanche” no Xodó depois do carnaval. Almoçar no Rancho Z, visitar as tias...
Encher o carro de meninas, entrar no bosque e ficar presa entre as árvores simplesmente porque não sabia dar ré (oh mico!). Entrar no carro dos meninos e andar na avenida do cemitério pra ver quem tava “malhando” quem. 
Ir a Neuza fazer a unha e ouvir as fofocas pra me manter atualizada. Pegar o Ramazzini pra passear em Ribeirão.
     Nada era mais longo do que os 9 kms finais da viagem, onde eu já colava o rosto no vidro do carro na esperança de ver algum conhecido na estrada. Era uma loucura.
     Hoje, cada foto postada por um dos 115 membros da comunidade, cada rostinho que revejo, cada história que relembro, alegra meu coração e me faz até chorar de emoção.
   

    Aos meus primos e primas, amigos e desafetos: Obrigada!  Todos vocês, de verdade, são MUITO QUERIDOS. Espero que tenham entendido o que significam pra mim. O bem que me fizeram. A importância e a responsabilidade que tem naquilo que sou hoje.
E que venha dia 09!!!

terça-feira, 14 de junho de 2011

Quem Bate ??? É o friooooooo !!!

Poucos de vocês se lembram dessa campanha das Casas Pernambucanas. A pergunta era seguida de um jingle:
"Não adianta bater, eu não deixo você entrar, as Casas Pernambucanas é que vão aquecer o meu lar,
 Vou comprar flanelas, lãs e cobertores, eu vou comprar..."  e por ai ia.

Nunca entendi muito bem essa coisa de campanha do agasalho ser feita quando já está frio, mas outro dia me explicaram que se fazem em época de calor ninguém se solidariza. Deve ser verdade!!

O fato é que a agência 6P, uma baita agência bacana, competente e ética do nosso mercado, criou a campanha abaixo para ajudar o pessoal da Paulo de Tarso. Eles distribuem, todo final de semana,  refeições para o pessoal das ruas de nossa cidade. A ideia é distribuir também agasalhos!

Vamos ajudar? As doações podem ser feitas na rua Conselheiro Saraiva 585 lá na Vila Tibério, ok?


Beijos e Obrigada!

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Janeiro a Janeiro

Nossa primeira foto - Janeiro 2008


Nada mais difícil que encontrar o grande amor. Difícil porque idealizamos. Difícil porque Hollywood nos vende um modelo praticamente inexistente que vira sonho de consumo, difícil...
Vivi vários tipos de amor: o inocente primeiro amor, que me acompanhou durante anos. O amor desesperado do início da vida adulta, quando achamos que não podemos ficar solteiras, o amor que nos leva a casar e constituir família, simplesmente porque a gente quer, o amor amante - maluco, cúmplice - que nos faz suspirar, o platônico e distante que num golpe de sorte acaba virando real, o psicopata que nos faz sofrer sem que entendamos exatamente porque estamos nos permitindo tamanho desgaste.
Apesar dos dissabores nunca pensei na possibilidade de desistir. Preciso amar, preciso estar apaixonada. Adoro as borboletas fazendo festa no meu estômago. Tudo bem! Com o passar do tempo a gente acaba se questionando: Seria isso muito adolescente? Estamos fazendo papel ridículo?
Mas, quer saber? Pouco me importa. Essa sou eu.
Tenho lembranças lindas, com pessoas especiais e traumas terríveis de relações complicadas. Colocando tudo na balança concluo que o saldo foi positivo. As minhas experiências fazem de mim o que sou. E de verdade gosto dessa pessoa aqui.
A maturidade faz a gente entender que não existe relação perfeita, graças a Deus. É um aprendizado diário que pode ser maravilhoso quando estamos ao lado da pessoa certa.
O que é a pessoa certa? Pra mim é aquele cara com quem temos o maior número de afinidades possível.
Aquele que me acompanha num encontro de amigos que só falam do passado e consegue segurar a onda, mesmo achando tudo um porre. O que fala a verdade e as verdades que preciso ouvir e consegue imprimir carinho na voz. Aquele que faz planos que incluem meus filhos e aperta o cinto pra me ajudar a sair de um perrengue momentâneo.
Perfeito é o homem que faz meu coração bater mais forte depois de mais de três anos vivendo sob o mesmo teto. É aquele que adoro olhar enquanto dorme e me abraça todas as manhãs ainda na cama, num gesto silencioso que diz: que bom que você está aqui!
Esse homem acorda no meio da noite contando um sonho maluco e me sinto feliz em dividir isso com ele, me liga num intervalo de aula só pra saber se está tudo bem. Esquece de me cumprimentar no dia das mães num ano e me dá presente no outro porque é assim que está sentindo, é isso que quer fazer. Sem obrigações, apenas pelo prazer. Fica muito bravo com as minhas queixas infundadas causadas por uma terrível alteração hormonal típica de mulheres na minha idade e minutos depois me olha com carinho.
Chora no meu ombro num momento de dor intensa e ri muito das minhas trapalhadas. Puxa minha orelha, quer que eu saiba quem sou, quer que eu veja o valor que tenho, que admita minhas qualidades e não só os meus defeitos.
Divide comigo suas dúvidas e seus anseios, suas alegrias e tristezas.
É racional, inteligente, brilhante. E totalmente irracional, passional e ansioso. Na medida e na hora certas. 

Ele, assim como eu, entende as palavras de Jorge Vercilo: “Não se ofenda com meus amores de antes, todos tornaram-se pontes pra que eu chegasse a você”.

Como disse alguém: “A afinidade não é o mais brilhante, mas o mais sutil, delicado e penetrante dos sentimentos. O mais independente. Não importa o tempo, a ausência, os adiamentos, as distâncias, as impossibilidades. Quando há afinidade, qualquer reencontro retoma a relação, o diálogo, a conversa, o afeto, no exato ponto em que foi interrompido. Afinidade é sentir com. Nem sentir contra, nem sentir para, nem sentir por, nem sentir pelo/.../ Sentir com é não ter necessidade de explicar o que está sentindo/.../ Compreende sem ocupar o lugar do outro. Aceita para poder questionar”.


A afinidade permite que a relação chegue o mais próximo possível do ideal e o ideal é ter um amor que amadurece que se transforma todos os dias. Um amor que nos faz querer estar junto que nos faz feliz.




Amor da minha vida: 
“Te amarei de Janeiro a Janeiro até o mundo acabar”. 
E tomara que não seja em 2012!!!
Feliz Dia dos Namorados! 

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Naquela Mesa

Foto que peguei no Google imagens - está sem crédito, sorry!



Adoro a atmosfera que toma conta da cidade em época de Feira do Livro. Não sei bem explicar, mas alguma coisa muda. O centro fica delicioso, as pessoas têm outras expressões no rosto, me parecem até mais gentis.
Leio críticas, mas acho tudo na medida certa: Mesas de Debate, Salão de Ideia, conferências e lançamentos durante o dia e shows a noite. Enquanto isso os estandes a disposição para quem arrisca uma volta para adquirir algum título. Não sei, de verdade, se o mais importante é vender livro. Acho que o clima de cultura que toma conta acaba invadindo a alma das pessoas.
Ontem resolvi fazer um programa comigo! Fui assistir a mesa de debate com Lucinha Araújo, Raí e Ricardo Salomão. Tudo muito civilizado. Peguei minha senha, fiquei na fila esperando a porta do Pedro II abrir. Enquanto isso observava as pessoas circulando: Todo tipo de gente. Mulheres bem vestidas em rodinha de comadres, adolescentes mascarados (literalmente) dançando felizes, crianças afoitas, menininhas e seus gritinhos, o “tio” que já tomou uns três garrotes e nem sabe bem o que está fazendo lá, bicho grilo, pseudos intelectuais, gays e evangélicos num convívio homogêneo.
Dentro do Teatro fui tomada por certa aflição. A falta de orientação faz com que algumas pessoas sejam descuidadas com o patrimônio. Pés na mureta!
Quando os convidados foram apresentados lindamente por um aluno da Escola do Amanhã, percebi que também dentro do teatro tínha todo tipo de público: torcedores do São Paulo com direito a camiseta autografada pelo Raí, meninas com foto do craque no melhor estilo fã de carteirinha, fãs de Cazuza, senhorinhas de coque e blusinha de crochê que lá foram parar provavelmente por causa do fascínio que uma fila causa.
O mediador, mais interessado em promover o Cine Cauim, deixou muito a desejar na condução do suposto debate, mas ainda assim foi possível saber um pouco mais sobre as dificuldades que a Lucinha enfrenta para cuidar das crianças na fundação Viva Cazuza, do trabalho do Raí na fundação Gol de Letra e dos investimentos da Petrobrás nas áreas da cultura, educação e esportes.
Enquanto isso na platéia o torcedor do São Paulo com o filho de 5 anos tirava fotos freneticamente. Fotos do Raí! Ao meu lado a menininha de 3 anos com a irmã pré adolescente e a avó, parecia inconformada com sua sorte - ficar sentadinha ouvindo coisas que não faziam o menor sentido pra ela.
Alexandre Biagi, Mariana Jábali, Mara Pereira Alvim, Kachaça, Raimar e algumas outras celebridades de nossa cidade também estavam lá, ouvindo atentamente.
Fotógrafos bravos com outros fotógrafos que não tinham o tal crachá.
E ai chegou a hora mais esperada: as perguntas do público. Esse é o momento em que todas as carências são reveladas. Ficamos sabendo mais sobre a vida de quem pergunta do que daquele que responde. Cada um quer contar uma história, uma vantagem, mostrar um talento. Os convidados, visivelmente constrangidos, fazem esforço sobre humano para manter a simpatia.
Liderados pelo professor responsável um grupo de alunos, de alguma escola estadual de alguma cidade vizinha, levanta no meio do teatro e segue em direção a porta de saída. Provavelmente precisaram pegar o ônibus de volta e não puderam esperar os 40 minutos que faltavam para o fim da apresentação.
Tietagem explicita, voz embargada pelo choro contido, indignação diante do descaso do governo, reivindicação de melhores condições nos bairros e sugestões para angariar mais dinheiro foram ouvidas por nós.
A propósito, ótima s fala da Lucinha sobre voluntários. Compartilhamos a mesma opinião sobre o assunto.
Adoro a diversidade, a simplicidade com que as pessoas se comportam, o desapego, a coragem. As demonstrações públicas de inteligência, a falta de humildade explicita.
Adoro a atmosfera que toma conta da cidade em época de Feira do Livro.
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