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Blog de histórias reais e de ficção.
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Qualquer semelhança com histórias ou comportamentos reais poderá ter sido mera coincidência. Ou não!



quarta-feira, 1 de junho de 2011

Naquela Mesa

Foto que peguei no Google imagens - está sem crédito, sorry!



Adoro a atmosfera que toma conta da cidade em época de Feira do Livro. Não sei bem explicar, mas alguma coisa muda. O centro fica delicioso, as pessoas têm outras expressões no rosto, me parecem até mais gentis.
Leio críticas, mas acho tudo na medida certa: Mesas de Debate, Salão de Ideia, conferências e lançamentos durante o dia e shows a noite. Enquanto isso os estandes a disposição para quem arrisca uma volta para adquirir algum título. Não sei, de verdade, se o mais importante é vender livro. Acho que o clima de cultura que toma conta acaba invadindo a alma das pessoas.
Ontem resolvi fazer um programa comigo! Fui assistir a mesa de debate com Lucinha Araújo, Raí e Ricardo Salomão. Tudo muito civilizado. Peguei minha senha, fiquei na fila esperando a porta do Pedro II abrir. Enquanto isso observava as pessoas circulando: Todo tipo de gente. Mulheres bem vestidas em rodinha de comadres, adolescentes mascarados (literalmente) dançando felizes, crianças afoitas, menininhas e seus gritinhos, o “tio” que já tomou uns três garrotes e nem sabe bem o que está fazendo lá, bicho grilo, pseudos intelectuais, gays e evangélicos num convívio homogêneo.
Dentro do Teatro fui tomada por certa aflição. A falta de orientação faz com que algumas pessoas sejam descuidadas com o patrimônio. Pés na mureta!
Quando os convidados foram apresentados lindamente por um aluno da Escola do Amanhã, percebi que também dentro do teatro tínha todo tipo de público: torcedores do São Paulo com direito a camiseta autografada pelo Raí, meninas com foto do craque no melhor estilo fã de carteirinha, fãs de Cazuza, senhorinhas de coque e blusinha de crochê que lá foram parar provavelmente por causa do fascínio que uma fila causa.
O mediador, mais interessado em promover o Cine Cauim, deixou muito a desejar na condução do suposto debate, mas ainda assim foi possível saber um pouco mais sobre as dificuldades que a Lucinha enfrenta para cuidar das crianças na fundação Viva Cazuza, do trabalho do Raí na fundação Gol de Letra e dos investimentos da Petrobrás nas áreas da cultura, educação e esportes.
Enquanto isso na platéia o torcedor do São Paulo com o filho de 5 anos tirava fotos freneticamente. Fotos do Raí! Ao meu lado a menininha de 3 anos com a irmã pré adolescente e a avó, parecia inconformada com sua sorte - ficar sentadinha ouvindo coisas que não faziam o menor sentido pra ela.
Alexandre Biagi, Mariana Jábali, Mara Pereira Alvim, Kachaça, Raimar e algumas outras celebridades de nossa cidade também estavam lá, ouvindo atentamente.
Fotógrafos bravos com outros fotógrafos que não tinham o tal crachá.
E ai chegou a hora mais esperada: as perguntas do público. Esse é o momento em que todas as carências são reveladas. Ficamos sabendo mais sobre a vida de quem pergunta do que daquele que responde. Cada um quer contar uma história, uma vantagem, mostrar um talento. Os convidados, visivelmente constrangidos, fazem esforço sobre humano para manter a simpatia.
Liderados pelo professor responsável um grupo de alunos, de alguma escola estadual de alguma cidade vizinha, levanta no meio do teatro e segue em direção a porta de saída. Provavelmente precisaram pegar o ônibus de volta e não puderam esperar os 40 minutos que faltavam para o fim da apresentação.
Tietagem explicita, voz embargada pelo choro contido, indignação diante do descaso do governo, reivindicação de melhores condições nos bairros e sugestões para angariar mais dinheiro foram ouvidas por nós.
A propósito, ótima s fala da Lucinha sobre voluntários. Compartilhamos a mesma opinião sobre o assunto.
Adoro a diversidade, a simplicidade com que as pessoas se comportam, o desapego, a coragem. As demonstrações públicas de inteligência, a falta de humildade explicita.
Adoro a atmosfera que toma conta da cidade em época de Feira do Livro.

Um comentário:

  1. Amei o texto, como sempre... Senti como se lá estivesse. E amo vc! Beijooo!

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