Sobre o Conteúdo do Blog

Blog de histórias reais e de ficção.
Um lugar para expor opiniões que provoquem dor ou delícia!
Qualquer semelhança com histórias ou comportamentos reais poderá ter sido mera coincidência. Ou não!



terça-feira, 7 de setembro de 2010

Era uma vez...


Era uma vez.... 



... num reino não tão distante, uma rainha tupiniquim que vivia triste. Tinha acabado de fazer um acordo com um príncipe completamente desencantado: ele entrou com o pé, ela com a bunda!
Pobre rainha. Pensava no que seria da sua vida naquele reino cheio de criancinhas melequentas, colheita apodrecendo, moedas sumindo do saquinho surrado de couro que trazia amarrado a cintura. Cintura esta, que já tinha sido bem mais atraente diga-se de passagem.
Cansada dos príncipes mulherengos e inconstantes que passaram por sua vida, ela - que nunca foi de entregar os pontos - resolveu sair e conhecer gente comum nas tabernas do reino. E de tanto ir e nada ver, chegou a conclusão de que príncipes não mais existiam. Decidiu então que se contentaria com os plebeus.
Passados alguns meses, escolheu entre eles, o que parecia mais responsável, mais estável financeiramente, mais correto moralmente.
O tempo foi passando e a esperança de que pudesse transformar o plebeu num príncipe foi ficando desbotada. O escolhido sofria transformações diárias e a cada dia se aproximava mais de um sapo. Um sapo feio, careca, calçado em sapatos baratos de plástico que provocavam um cheiro horrível. Pobre rainha. Nem imaginava que pior ainda estava por vir:
Arrogante, o plebeu que nem competência para príncipe tinha, assumiu ares de rei e começou a ordenar.
Aos poucos, afastou a rainha das tabernas que os dois frequentavam como distração e dos amigos que ela havia conquistado ao longo de sua jornada. Controlava todo o reino: da cozinha à lavanderia, dos bancos aos armazéns.
Logo a rainha se viu obrigada a vestir o que ele mandava e a se comportar de acordo com suas regras. Sem perceber ela se tornava súdita diante de um pseudo rei psicopata.
A indignação voltou a fazer parte da vida dela quando, entre uma conversa e outra, descobriu que o seu escolhido tinha o pior carácter que já havia conhecido.
Soube que em outro reino, onde viveu por mais de 20 anos,acabou por transformar a Rainha numa mulher gorda, com muitos filhos e netos e a abandonou no momento de pior crise no palácio. Sem estudo, sem vontades, sem dinheiro e sem prazeres viveu subordinada a ele e teve grande dificuldade de governar sozinha. Nunca desconfio que pudesse estar sendo traída, nem mesmo estranhava as infindáveis viagens do marido. Viagens essas que eram justificadas como necessárias  para aumentar os proventos do reino. O que ele não contou é que também serviam para aumentar, sem pudor, a sua lista de amantes espalhadas pelas terras vizinhas. Amantes fixas e eventuais.
A Rainha Tupiniquim, percebeu ter cometido grave erro de avaliação e reconheceu que a escolha tinha sido um desastre. Mesmo assim, passou alguns anos tentando melhorar a situação sem sucesso.
Frustrada, entendeu que precisava se livrar dele.Não havia meio de convence-lo do fim. Os surtos de ira, as ameaças emocionais e físicas eram constantes.
Na tentativa de buscar um companheiro acabou encontrando um homem doente e perverso. 
Ficou totalmente descrente da possibilidade de voltar a ser feliz. Como encontrar alguém, plebeu ou príncipe, que a aceitasse com seus traumas, suas cicatrizes, criadas e enfatizadas pelo cruel companheiro?
Entrou numa tristeza profunda. 

Mas, como toda história que começa com “era uma vez” tem um  final feliz, recuperou as esperanças e seguiu em frente.
Um dia, em meio ao caos que sua vida se tornara, a Rainha Tupiniquim pensou num príncipe que havia visto de passagem durante um passeio pelo reino anos atrás. Naquele dia numa troca olhares eles se reconheceram. Na época a condição de ambos impediu que a história seguisse e ela o guardou na memória e o manteve no coração tendo a certeza de que mais que encantado, aquele príncipe era lindo, leal e amigo. Real.
A lembrança deu forças para expulsar o “psicosapo” de sua vida que inconformado com o fim,  invadiu o castelo com ameaças e perseguiu a rainha durante meses. Foi um período tenso. Tenso, mas feliz. 
Acordava livre e em paz e se alegrava em saber que nunca mais precisaria olhar, falar e principalmente ouvir o discurso doente e sempre mal humorado daquele ser desprezível.

Meses depois, reencontrou o príncipe - aquele que havia visto no passei pelo reino. Aquele que a encorajou a tomar uma atitude.
O reencontro foi lindo, em meio a uma festa num palácio vizinho. Festa regada a comida, bebida, música, danças e fogos.  
- Ah, este sim, é um  nobre - pensou.
Hoje eles vivem felizes com admiração e respeito, com afinidade e amor.

E não é que o sapo maldito fez mais uma vítima:
Um dia foi levado ao Reino da Escandinávia e lá encontrou uma rainha linda, educada, fina, elegante mas muito carente. Conseguiu conquista-la e ela foi dedicada, carinhosa e fiel.
e como já era de se esperar, a mentalidade doente daquele ser repugnante não soube valorizar as qualidades de tão bela mulher. Tratou-a com grosseria e imprimiu na relação o seu mal humor irrecuperável.
Felizmente, a nobre  levou pouco tempo para entender que não havia salvação para aquela alma perdida e expulsou-o de sua vida.

Hoje o que se sabe é que, contrariando o discurso falso moralista - como que para pagar a língua - ele anda na companhia de uma serigaita de cabelos cor de milho, saia e mente curtas que conheceu numa taberna da periferia de um reino pouco ortodoxo.

Pois é, toda história que começa com " Era uma vez"  tem realmente final feliz, não é?

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Propaganda: medicamento de tarja preta!

Imagine você, sofrendo de diabetes, encontra com um representante de remédios e ele te diz que o laboratório onde ele trabalha tem um medicamento ótimo. Você toma, confiando na informação – afinal ele parece entender tudo sobre o assunto - e depois percebe que o remédio era para hipertensão.Arrependido, você procura um médico. Ele te diz exatamente como controlar a doença, quais as mudanças de comportamento que terá que adotar, pede exames de rotina e finalmente passa um medicamento eficiente.

Agora imagine um empresário, com uma fábrica de absorventes que precisa divulgar o seu negócio e recebe a visita de um contato comercial. Pode ser de uma emissora qualquer: rádio, televisão ou até mesmo jornal. Encantado com os projetos e vantagens apresentados assina um contrato de alguns meses. Vai veicular seu produto e ainda – olha só que vantagem – vai ter criação e produção sem nenhum custo. Inclusos no pacote.

Meses depois, detecta que não vendeu um único absorvente a mais do que vinha vendendo e descobre que aquele veículo tem como público alvo os homens.

Arrependido, chega a uma conclusão: Propaganda não funciona.

Diferente do que acontece com a saúde, a propaganda dificilmente tem uma segunda chance.

Assim como o representante de laboratório – que vende seus medicamentos como os melhores do mercado – o contatos de veículo vendem seu produto como a melhor saída para a divulgação de uma mensagem publicitária.

O mais seguro seria que, entre o representante de medicamentos e o paciente, houvesse um médico e entre o cliente e o veículo uma agência.

O papel da agência de propaganda é muito parecido com o do médico. Diagnosticar, pesquisar, criar situações e rotinas que facilitem a dinâmica da empresa e aí sim “receitar” a melhor forma de divulgação.

Quando o paciente ignora essas etapas e se automedica corre sérios riscos, inclusive de morte. O mesmo acontece com os empresários que fazem propaganda sem um profissional da área.

Quando comerciais são criados sem a preocupação com a marca, com a imagem e principalmente com a realidade do mercado e do cliente as chances de fracasso são imensas. E certamente quem vendeu essa falsa realidade não assume a responsabilidade. Vão afirmar que o problema é do produto oferecido. Comerciais veiculados em emissoras inadequadas ao público alvo são sempre perda de dinheiro e prejuízo para a imagem.

Propaganda é como remédio de tarja preta. Precisa de receita, de estudo de profissionais gabaritados e experientes trabalhando pelo seu produto.

O título desse artigo foi tirado de um bate papo com Bráulio Betônico.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...