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Blog de histórias reais e de ficção.
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terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Mais uma de português - ou o dia que resolvi deixar o politicamente correto de lado.



Praia - Club Med Itaparica - Salvador ao fundo.


Certamente alguns vão me achar politicamente incorreta, mas hoje – especialmente hoje – estou vivendo aquele momento: perco o amigo, mas não perco a piada.
Zé Simão, sábio articulista da Folha de São Paulo tem uma frase sobre nossos irmãos lusos com a qual concordo plenamente: Português não é Burro, português é Básico. Mário Prata, também tem a mesma opinião.
A lógica deles é um tantin diferente da nossa e é nisso que se baseiam todas as piadas e histórias contadas que os tem como protagonistas.
A que vou contar aqui aconteceu comigo, no Club Med de Itaparica há “uns par” de anos.
Estávamos Vânia e eu na praia. Primeiro dia, primeira gafe !! Nada mais brega do que praia quando se trata de Club Med. “In” é ficar na piscina. Mas eu, na minha arrogância dizia:

- Piscina tenho em casa, quero ver o mar, a areia...

Deitadas nas espreguiçadeiras tomávamos caipirinha de saquê e kiwi quando ele surgiu. Surgiu do nada, correndo e aterrizando entre as duas cadeiras de joelhos. Vestia short xadrez de cinza e azul.
Ahh - alguns de vocês dirão -  ficou impressionada com o moço. E eu responderei: Nãoooo, minha gente, é que o moço ficou com o mesmo short durante os 8 dias que estivemos lá. Impossível não lembrar.
Puxou assunto falando do vento que era super forte e em menos de três minutos já tinha praticamente contado a vida.
Ao longe, deitado numa esteira, daquelas que só via na Praia do Zé Menino em Santos, estava o irmão. Humor sensacional, simpatia impar (ironicamente falando). Se tinha boca, provavelmente estava escondida sob o bigode volumoso e mal cuidado. Vez ou outra olhava em nossa direção enquanto o luso empolgado dizia:

- Ahhh somos de Leisssboa, eu e meurmáo. Ele é casado lá e deixou dois putos bem pequeninos. Pá, estava deprimido Pá, porque nossa mãe morreu Pá, e dipois nosso pae morreu, Pá e ai viemos cá ao Brasil Pá... e ...Pá... e Pá.......
E emendou: Mais a água aqui é muito cara, Pá ! Quatro reais a garrafinha... Pois eu achei uma bica de água freisca e de procedência. Não pago mais água. Vou lá, levo as garrafas e encho, PÁ! Se as meninas quiserem levo pra conhecer.

E a gente, tonta de tanto pá, aceitou a oferta.

O Clube, pra quem não conhece, é todo construído em palafitas, o que liga os quartos são passarelas.
Da janela do nosso quarto, me lembrava de ter visto um prédio maior que os outros, que tapava a visão do que eu imaginava ser uma mata perto da praia.
Quando ele disse bica, imaginei aquelas biquinhas de água fresca, brotando das pedras. Fiquei animada:

- Nossa Van, deve ser atrás daquele prédio que falaram que tem o salão de jogos! Dá pra ver umas árvores atrás dele.

2 horas e 500 Pás depois, resolvemos ir até o quarto tomar um banho e almoçar. Despedimos-nos de nosso incansável amigo – ele falou sem parar – e levantamos.
Ele mais que depressa:
- As meninas não querem conhecer a bica?
Olhamos uma pra cara da outra e concordamos.


Ele ia de guia a nossa frente. Subimos, passamos pelas piscinas, atravessamos a entrada do restaurante, o jardim. Passamos em frente à recepção, outro jardim e passarelas, passarelas, passarelas. Abaixo delas aquela água verde escura, pouco convidativa, muitas plantas, alguns peixes estranhos.
Passamos a entrada do nosso quarto e seguíamos pelo último trecho de passarelas antes do prédio grande quando bruscamente ele parou. Parou e agarrou um bebedouro, simmmm um bebedouro, desses de escola. Olhei pra Vânia sem entender e ele disparou:

- Cá está a bica. Olha que coisa impressionante, esse butáaooo você aperta e bebe a água direto na boca, esse outro você enche as garrafinhas. E garanto que essa água aqui, nada tem a ver com a água vêeerrrrde aí de baixo. Essa é freisca e de procedência.

Não preciso dizer que fiquei uns dois dias com as bochechas doendo de tanto que mordi pra não rir, né?
O coitado cheio de boa vontade ainda protagonizou outra cena que ainda nos faz rir quando lembramos:
Numa das noites, estamos indo em direção a boate e encontramos nosso amigo do short xadrez, desta vez com havaianas nos pés. Mais que depressa lá vem ele:

- Menina Christiane, estás esplendorosa !!!  Aceitas uma pastilha elástica ???? Sacando rapidamente do bolso um pacote de chicletes.

Conhecia rabo da bicha (fim da fila), cacetinho (filãozinho –pão), cu (bunda), olho do cu (cu), durex (camisinha) , Fita-Cola (durex) mas juro, que a bica/bebedouro, com água de procedência,  me pegou totalmente desprevenida, PÁ !!!



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