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Blog de histórias reais e de ficção.
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Qualquer semelhança com histórias ou comportamentos reais poderá ter sido mera coincidência. Ou não!



terça-feira, 16 de agosto de 2011

Maternidade, uma saga!

João Pedro, eu e Rapha

Sala escura, médico com cara de preocupado: Olha pra tela, olha pra mim, olha pra tela, olha pra mim. Ohh meldels ! Que será que esse moço tá vendo ai????

Dezembro de 95, laboratório de análises clínicas, sala de ultrassonografia.
Deitada naquela posição incomoda de frango assado, bem assustada diante da gravidez inesperada fazia exame para saber onde estava posicionado o DIU que eu usava na época.

A postura do médico não ajudava em nada e logo veio a pergunta que mudou tudo:

- Você tem caso de gêmeos na família?
- Não doutor, mas o senhor tá vendo é um nenê e um DIU.
- Não não !!! Eu to aqui vendo: DOIS nenês e um DIU.

Congelei.
O exame acabou e sai da sala, sozinha. Encontrei meu pai na recepção:

- Tudo bem?
- Sim, tudo bem! Foi a única coisa que consegui responder.

Caminhamos lado a lado até o carro, ele abriu a porta do passageiro e deu a volta para abrir a dele. Continuei em pé, apoiada no capô do carro. Antes que ele entrasse falei:

- Pai, to grávida de gêmeos !
- Tá louca menina, como é que você sabe???
- Uai pai, acabei de fazer um ultrassom, lembra?

Ele chorava de alegria, eu de desespero !!

Lá se vão mais de 15 anos, idade que meus meninos têm hoje.

Tudo foi muito complicado: Uma gestação praticamente toda na cama – perdi o tal do tampão no segundo mês de gravidez - tinha ameaços de aborto constantes. Casamento arruinado, filha pequena, injeções de cortisona semanais para amadurecer o pulmão dos pequenos.
Engordei mais de 30 kilos, tinha 1 metro e 10 de barriga. AFF !!! Achei que nunca mais fosse voltar a ser eu mesma. Demorou. Foram 3 anos de espera para ter mais ou menos o mesmo corpo que tinha antes da gravidez deles.
Nasceram com um minuto de diferença um do outro. Gordinhos para gêmeos, sem nenhum problema. Tudo bem que o João passou boa parte da gestação em cima do Rapha que acabou nascendo todo tortinho, tadinho. Meses de fisioterapia pra colocar o pescoço no lugar. Deu certo.
A chegada deles foi um evento familiar: O primeiro caso dos dois lados. Meu tio contava orgulhoso:

- A Chris teve gêmeos, João Paulo e Daniel !!
E eu: -  Tiooooo, é João Pedro e Raphael.

Culpa do sucesso que a dupla sertaneja fazia na época.

Tenho poucas lembranças deles pequenos. Minha vida foi uma loucura. O casamento acabou exatamente no dia seguinte ao aniversário de um ano deles. O pai voltou pra São Paulo e fiquei aqui, dependendo de babás e dos meus pais. Trabalhava muito, viajava muito, delegava muito!
Durante anos me culpei, tive medo do que poderia acontecer com eles – filhos criados por avós e babás costumam ser problema. Durante anos fui acusada de negligente, irresponsável. Devo ter sido mesmo.
Fiquei doente – isso me afastou ainda mais. Pensava: - Vou morrer, eles precisam aprender a viver sem mãe.
Não morri !! ahhhhh JURA ???? rsrsrs
Me curei de corpo, não de alma.
Alguma coisa nessa relação ainda me incomodava. Terapia!!
Um dia acordei mãe. Não sei exatamente quando, nem como. Aconteceu.

Hoje somos família. Somos amigos, somos mais: Mãe e filhos.
Eles são ótimos: engraçados, inteligentes, adolescentes....
E eu, de nada me arrependo. Não me culpo mais. Acho que tudo fez parte da história que cada um tem que viver.
Eles têm essa mãe, bem ou mal. 
Eu tenho esses filhos. Bem !!!

De tudo isso agradeço por uma coisa: Não ter seguido o impulso raivoso que quase me fez chamá-los de Diulindo e Diunísio.


Obs: Antes do João e do Rapha tive a Marcella, hoje com quase 18 anos. Mas isso é uma outra história.

6 comentários:

  1. Não tive a bênção de ser mãe,mas sei que ser é para a eternidade...
    Um grande abraço

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  2. Por isso e muito mais que tenho amor em você.

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  3. Que história linda, Chris!!!

    Juro que não conhecia estes detalhes! Lembro-me de ter ido ao seu casamento no Banespa... e depois só fui encontrá-la novamente no orkut e facebook, hehehe

    Parabéns pela caminhada, linda!

    beijo

    Neli
    PS: We've come a long way, babe!!!!

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  4. Chris.... faz tempo que não comento aqui...
    Olha, a maternidade não é fácil mesmo... mas tem suas compensações..... Um super beijo!
    Analu

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  5. Uma semana maravilhosa e exageradamente feliz pra ti amiga...

    Que Deus te abençoe...

    Beijos no coração

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  6. Cris, estou te conhecendo agora, através do blog da Neli - sou irmã dela.

    Como adoro ser mãe - e também tive 3 filhos, com tudo a que eles dão direito! - logo me identifiquei com a sua história. A gente acha que não vai sobreviver.

    Hoje meu filhos já são adultos e muito companheiros, amigos, "ouvintes", conselheiros até. Valeu à pena!

    Um abraço

    Talita

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