Sobre o Conteúdo do Blog

Blog de histórias reais e de ficção.
Um lugar para expor opiniões que provoquem dor ou delícia!
Qualquer semelhança com histórias ou comportamentos reais poderá ter sido mera coincidência. Ou não!



domingo, 24 de junho de 2012

Os Carimbos


Magy era uma mulher linda, forte. Empresária de sucesso. A descendência sueca dava a ela um ar enigmático. O sotaque apesar de charmoso intimidava.

Caminhava pelos corredores da agência de propaganda paulista de forma austera e confiante. Nas paredes obras do seu acervo pessoal que a enchia de orgulho. A maior parte dos quadros pintados por ela mesma. Era um grande talento, diga-se de passagem.

Nós pobres mortais, que trabalhávamos na área de mídia, só ouvíamos a voz dela ao longe. Não nos dirigia palavra.
Adorava palavrões. Falava alto, sem pudor.
Mandava e desmandava no departamento de criação e sob sua tutela tinha profissionais altamente gabaritados. Todos a temiam!

A agência atendia contas importantes, tínhamos trabalho o tempo todo. O departamento de mídia, normalmente um termômetro autorizava tamanha quantidade de comerciais, anúncios e spots que, certamente a temperatura na criação devia estar bem alta, até porque, ela fazia questão de pré aprovar todas as artes antes de encaminhar aos clientes. Sua palavra era lei. Cliente pouco discordava de suas recomendações.

Diante da demanda, havia necessidade que ser ágil na execução e na aprovação dos layouts e Maggy mandou fazer dois carimbos. A história rapidamente se espalhou pelos quatro cantos da agência.

- Você viu? O comentário vinha sussurado – A Magy mandou fazer carimbos para aprovar os lay outs e os planejamentos. Se a moda pegar vai servir como ok até nas autorizações de mídia.
Na criação, o primeiro anúncio que voltou da sala dela provocou gargalhadas e dúvidas:

                                                                     
Sim, um carimbo com essas palavras estampado nas costas do papel “carmem”. Era uma época onde o arte finalista tinha mesmo que desenhar, usar guache, nankin, aerógrafo, tudo devidamente montado em papel carmem (preto)  “pas partout” e coberto com o papel manteiga . Imprescindível cobrir a arte, senão o risco de chegar no dia seguinte e ter virado comida de barata era imenso!!!

Sem entender o diretor de arte foi à sala dela:

-Magy, não entendi. Você gostou do anúncio?

- Não PORRA, se tivesse gostado teria carimbado


                                                                     

Um comentário:

  1. Olá Cris,
    gostei do teu blog,
    já te seguindo.
    Vem pra cá também.
    Cheiros
    Eu Leilinha

    ResponderExcluir

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...