Sobre o Conteúdo do Blog

Blog de histórias reais e de ficção.
Um lugar para expor opiniões que provoquem dor ou delícia!
Qualquer semelhança com histórias ou comportamentos reais poderá ter sido mera coincidência. Ou não!



segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Jane, minha doce Duboc.



Jane entrou na minha vida por mãos carinhosas. As mesmas que admirei tantas vezes quando adolescente e das quais tenho lembrança clara ainda hoje. Mãos que acariciaram meu rosto e me agarram pela cintura.

Tarde da noite, uma triste noite aliás, saímos de carro pela cidade deserta. Conversa fluía delicada num misto de consolo e apoio. O coração dele em prantos. O meu  sempre solidário, chorava com ele.

Como se quisesse me agradecer pelo carinho, colocou no tape (é, o bom e velho tape) uma fita cassete.  Uma voz doce tomou conta do ambiente e ele disse:

- Conhece essa voz?
- Não, linda... quem é ela?
- Jane Duboc!  Vou colocar a música que mais gosto para você ouvir.

E tocou “Saudade”.

Curioso, hoje relembrando me dei conta de que o titulo tinha total identificação com aquele momento. Um momento em que a despedida era iminente. A nossa inclusive!

Ele se transformou em alguém que não entendo mais e deixou um vazio na minha alma. Quando ele, o vazio, fica insuportável, o preencho ouvindo ela.

Ela se aprimorou, gravou em inglês, em francês, em italiano em japonês e eu continuo a entendê-la perfeitamente.

Ele se foi mas deixou de herança a voz dela. Herança preciosa.

Possivelmente ele não a ouve mais. Possivelmente nem se lembre do momento em que nos apresentou e certamente não há  mais nenhuma significação naquela voz que considerava a melhor de todos os tempos.

Hoje, o que me trouxe até ela foi um sonho estranho onde o dono daquelas mãos tinha uma profunda tristeza no olhar. Como em outros sonhos, não trocamos palavras. Curiosamente ao sair de cena ele deixou um bilhete escrito com caneta vermelha, num pequeno papel amarelo:

- Chris, cante !!  Você não pode deixar os seus sonhos para traz.

Pode ser nada, mas pareceu um alerta de quem abdicou dos próprios sonhos para viver uma vida medíocre numa profissão totalmente sem perspectivas.

Acordei triste, escura, fria, mas resolvi que não ficaria assim. Busquei Jane , que ao cantar, sorri com os lábios, com os olhos e com a alma e me faz sorrir também.
Ouvi várias músicas, escancarei minha alma e deixei o sol entrar, nota por nota, aquecendo e iluminando meu dia.

Obrigada Jane, minha doce Duboc, companheira de jornada!

domingo, 18 de agosto de 2013

Amigos da Dor


Ajudar o próximo! Máxima defendida por 11 entre 10 igrejas ou religiões do planeta. A coisa é tão contundente que muitas vezes parece uma ameaça.

- Se você não ajuda o próximo, não vai ganhar o reino de Deus - preveem.

Algumas pessoas o fazem por convicção, não porque querem algo em troca. Essas – poucas – jamais conheceremos. Aliás, tão pouco desconfiaremos que façam qualquer tipo de caridade.
Outras agem sob a luz dos holofotes, descaradamente. Desejam o reconhecimento, afinal são merecedoras pelo “bem” que propiciam ao “irmão carente”.

Celebridades correm o planeta segurando no colo criancinhas doentes. Algumas à beira da morte, recebem no rosto cadavérico, fruto da fome e da sede, lágrimas borradas de rímel Lancôme.

Sub celebridades participam de qualquer campanha de lhes dê notoriedade. De agasalho à Mc Dia Feliz, passando pelas "Ecochatas". Nestas, posam com cara de engajados ao lado de animais em extinção.

Pretendentes a celebridades – serve se rolar uma sub também – montam ONG e ajudam os “frascos e comprimidos” de plantão. Saem em fotos nas colunas sociais dos jornalecos e não se cansam de agradecer, every single day, pela maravilhosa dádiva que é ajudar os mais necessitados. Levam vida difícil, mas tudo bem. Tá tudo retratado de forma poética e tem fama de altruísta, dada pela sociedade.

- Você é um herói, querido!!

Agora, não tem nada pior do que o amigo da dor. Aquele, que como um vampiro, espreita vidas buscando o primeiro sinal de que algo não vai bem. 
Não importa o que: pode ser um problema financeiro, com filhos, com marido, no trabalho. Tanto faz. O que importa é que exista o problema e que ele possa surgir como o salvador da pátria. Aquele pelo qual seremos eternamente gratos.
O complicado disso é que eles realmente acreditam que são capazes de consertar o mundo. Ficam extremamente ofendidos se recusamos sua ajuda, sua intervenção. Praguejam pra quem quiser ouvir que,  jamais encontraremos outro amigo igual. Se nos resta ainda  um pingo de juízo, pensaremos:

- Sedeusquiser!!!!!

Esses vampiros emocionais são de fácil identificação: Se afastam quando estamos bem. Não suportam a felicidade alheia e tem sempre uma explicação dramática seguida de uma previsão fúnebre para o futuro da ovelha desgarrada:

- Vai se dar mal e quando precisar de mim não estarei mais aqui para ajudar.

Sentem uma satisfação inexplicável diante da morte – quanto mais sofrida e demorada melhor – de doenças incuráveis e amores perdidos.
Via de regra, nunca estão bem, mesmo quando estão. Se forem agraciados com alguma coisa boa, logo se lembrarão de um parente que morreu e que “não está ao meu lado para compartilhar da minha alegria” ou do cachorro que fica doente atoa, ou do filho que viajou e está “há meses morando em Paris”.

Amigos da dor gostam de dor. Simples assim.

E se você tem um tipo desse próximo, Run Forrest, run !!!!!!!!!!!!

domingo, 11 de agosto de 2013

Malamen - um conto baseado em fatos!



Henrique não entendia o porque. 

Formava imagens em sua cabecinha de menino curioso e perguntava: 
- Teria capa, como Superman?  
- Viveria sob as águas, como o Aquaman? E das mãos, sairiam raios como o Iron Man ou teias como Spider Man?
- Será que vive numa caverna, como Batman?

Chegou a pensar se não seria como o Ant-Man: pouco conhecido.
- É, pensou o pequeno, por isso nunca ganhei um gibi com sua história.
Poderia ser um grupo, como o Omega Men. Alienígena talvez? Seria legal se ele fosse como o Plastic Man, se esticando todo para pegar os vilões.

Agora, se ele fosse como o A-Man voaria como os pássaros e mudaria de cor como o camaleão.
Havia a possibilidade de ser como o Sandman, um herói sem poderes.
O mais provável é que seja, na verdade, um vilão. Um daqueles dos X-Men que fazem mal a todo mundo.
O fato é que todas as noites a mãe o faz rezar e pedir que o livrem dele:
- “Assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do Malamem !!!!”

terça-feira, 30 de julho de 2013

Meu Be !!!!!


Ele chegou há um ano, longe da gente. Veio do ventre da minha irmã caçula. 

Daquela que pra mim, sempre foi quase uma filha. Dela troquei fralda, fiz dormir, dei de mamar. Amei-a desde o primeiro momento em que a vi: linda, rosadinha com um monte de cabelo, nos braços da minha mãe ainda na maternidade.
Ele chegou depois de algumas horas de esforço e coragem dela, que bravamente – bem diferente da covardona aqui – optou pelo parto normal.
Ele chegou no verão americano.
Eu aqui, a 7.900 km de distância, aflita!!
Com a primeira foto vieram também as primeiras lágrimas de emoção.
A partir daí começou a contagem regressiva para sua chegada ao Brasil. E o tempo parecia não passar.
Um dia – talvez um dos mais emocionantes da minha vida – minha irmã me chamou pelo Skype. Quando atendi, estavam os três na tela – ela, meu cunhado Leandro e o Be.
  - Chris, a gente queria convidar você para ser a madrinha do Bernardo.
Quase morri de alegria.
Como um amor, já tão grande, pode ficar ainda maior?

Nos vimos várias vezes pela tela do computador enquanto esperava ansiosa o tempo passar.
O dia que nos encontramos ficará pra sempre na minha memória. Foi uma identificação imediata.

No dia do batizado não conseguia parar de sorrir.

Sofri um bocado quando ele foi embora.

Não coube em mim quando voltaram de vez.

O Bernardo trouxe tanta alegria, tanta esperança, tanto amor!
Cada vez que nos encontramos é uma festa!!

Hoje ele faz um ano e quero deixar aqui registrada a minha felicidade e meu agradecimento.

Obrigada, Thati e Le, pela confiança que demonstraram ter em mim.

E para o aniversariante:
Be, a Dinda te ama como a um filho. Infinita e incondicionalmente.
Você me fez uma pessoa melhor e espero retribuir todos os dias da minha vida.

Parabéns, meu amor.
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