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Blog de histórias reais e de ficção.
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quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Cabeça virada !!!!



Era um dia qualquer das férias de final de ano. Dessas que emendam com o ano novo e acabam tristemente logo após o carnaval.

Não sei exatamente quando, mas minha prima Adriana engatou um namoro com um dos galãs da cidade e nós – Simone e eu – de companheiras passamos a estorvo!  

A paixão de adolescente era tanta que ela me dava a chave do carro  – um Fiat 147 –com a frase:

- Vai Chris, chama as meninas pra dar uma volta !!!

Eu ficava felizona, porque aproveitava a oportunidade para sair pela cidade a procura do meu amor. Mas acho que ela não fazia ideia de como eu dirigia mal.
Era sempre uma aventura deliciosa essa procura!! A adrenalina de estar na direção se somava a ansiedade do encontro e eu me lembro de ficar até um pouco tonta!
Era sempre um constrangimento quando o carro morria nas malditas lombadas e eu percebia que ele estava perto, olhando. Maldito prefeito que mandava colocar os tais “calombos” nas esquinas perto dos barzinhos da cidade.

Uma noite, peguei as meninas e saímos pela cidade. Não encontrei quem procurava e resolvemos ousar um pouco e passear por lugares mais distantes.
Seguimos por uma rua que nos levaria às Usinas de açúcar da região. Rua escura com pouco movimento a noite. Eu, destemida – tenho medo de poucas coisas – não tinha preocupação com nada. Não, mentira! Eu tinha: precisa ter alguém no banco do passageiro para me ajudar a colocar ré no carro, caso fosse preciso.
Como um fabricante de veículos conseguia fazer um câmbio tão duro? Pensava, indignada.

Estávamos eu e a Cláudia na frente. Atrás a Simone, a Mônica e nossa priminha Renata – uma dedo duro de primeira.
Lá pelas tantas, olhando pelo retrovisor, encasquetei que tinha um carro nos seguindo. No carro, um monte de homens – ou pelo menos eu achei que fosse.
Adolescente escandalosa, falei:

- Gente !!! Não olhem agora, mas tem um carro cheio de moços seguindo a gente.

A cabeça da Simone girou tão rápido e tanto que achei que fosse ficar pra sempre com o pescoço virado.
Foi uma gritaria, a Renata berrava de medo, as meninas gritavam apavoradas. Estávamos chegando a um ponto da rua em que precisava decidir: Ou seguia em direção à estrada, ou parava para a manobra, sempre exaustiva e complicada, de dar ré no carro e voltar pelo mesmo caminho.
Elas não chegavam a um acordo, parte queria que eu seguisse, parte queria que eu voltasse, a Renata queria berrar.

Finalmente depois de alguns poucos minutos o meu suposto seguidor entrou numa rua transversal e ficamos mais tranquilas.

De volta ao centro, sem nenhum trauma, decidi que iríamos passear no bosque. Sim, era possível entrar de carro no Bosque Municipal de Pontal.
Não faço ideia do que fiz, mas quando me dei conta, tinha saído do caminho e estava cercada de árvores por todos os lados.
A coitada da Cláudia já não tinha mais braço de tanto colocar ré, o carro morria a cada tentativa minha de ir devagar para não bater nas árvores, a Renata continuava berrando!!!!
Saímos de lá num misto de alívio e orgulho e quando nos vimos de novo no centro estávamos gargalhando – menos a Renata, que ainda gritava!

A Simone, sempre a mais centrada de todas, sugeriu que fossemos devolver o carro para a Adriana. Aproveitaríamos para nos livrar da gritaria da Renata e voltaríamos para a rua dos barzinhos a pé.

Mal encostei o carro, a Renata desceu praticamente passando por cima da cabeça da Cláudia – o carro era duas portas – gritando:

- Dri, Dri, Dri... a Chris enfiou seu carro no meio do mato. Tinha uns assassinos seguindo a gente e ela pediu pra Simone não olhar e ela virou o pescoço e olhou!!


Não preciso dizer que minha prima não me deu a chave do carro de novo, né?

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