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Blog de histórias reais e de ficção.
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quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Uma Voz !


Um milagre! 

Esta seria minha definição sobre a calmaria que se instalou em meu peito há cinco dias, caso não soubesse do poder que tem o amor entre duas pessoas que se respeitam e se admiram.

Somos par.

Ele tem a capacidade de ler minha alma à distância e eu, tenho a honra de amá-lo de forma verdadeira.

Há anos nossos caminhos se cruzam de tempos em tempos e a cada encontro temos  sensação de continuidade, nunca de afastamento.

Começou com uma voz. Forte, precisa, linda. Fui tomada por um encantamento que me levou a ouvia-la diariamente no rádio do carro, no rádio relógio, no rádio da sala.

Alguns anos depois, a voz ganhou um rosto - igualmente lindo, suave – e um sorriso sem igual. Amigos! Inesperadamente viramos amigos que por alguma razão, se respeitaram com um carinho imenso, desde o primeiro contato.

Havia nele uma sombra, provavelmente fruto da fama, do assédio, da pouca maturidade. Mas isso nunca nos afetou. Tinha a capacidade de despertar o melhor dele – tenho certeza disso.
Ao longo da vida, oscilamos entre encontros e despedidas. Oscilamos o status, mas nunca, nunca duvidamos da importância que temos na vida um do outro. Talvez tenhamos por um tempo, nos esquecido disso, mas a vida, sempre sábia, fez questão de nos lembrar.

Depois de alguns anos de afastamento, ouvi sua voz inesperadamente. Começo dos anos 90, chego em casa numa quarta-feira, tarde da noite, depois de um “happy estendido” com amigos de trabalho, ligo a televisão enquanto mudo de roupa e de repente meu coração dá um salto. Olho imediatamente para a tela e lá está ele.

- Meu Deus!! Quanto tempo, que saudade!

Não foi difícil entrar em contato. Marcamos um encontro e foi lindo. Fecho os olhos e sinto tudo de forma incrivelmente nítida: O bar, descolado nos Jardins, o som do piano – blues – nós dois sentados no balcão. O olhar, a mão dele no meu rosto e nossas bocas finalmente unidas num beijo deliciosamente apaixonado e cheio de saudade.
Passamos meses assim, entre almoços, jantares, passeios pela Paulista, pelo vão do Masp. Namoramos, conversamos, nos amamos, estabelecemos vínculos.

Um dia, achei que ele era demais pra mim. Coisas de pisciana com autoestima entre o taco e o carpete. Achei que, famoso, logo conheceria uma mulher melhor, mais bonita, mais magra, mais inteligente, mais ... mais ... mais...

Num hiato de 6 anos em nossa vida, nunca me esqueci dele. Nunca deixei de desejar o melhor, de vibrar pela felicidade dele.

E de novo a vida nos aproximou, mas dessa vez estava tudo muito estranho. Não o reconheci, não o entendi. Respeitei o momento e me afastei.

Mais alguns anos, poucos, voltamos a nos ver, a sair, a conversar e percebemos que tínhamos um vínculo. Não era o momento de estarmos juntos e o afastamento necessário aconteceu sem drama, sem cobranças, mas não sem uma ponta de tristeza.

Quatro anos atrás a vida o trouxe até aqui. Inesperadamente. Foi uma sensação ótima, entrar naquele restaurante e sentir novamente seu abraço. Rapidamente os laços apareceram e conversamos longamente como quem continua o assunto interrompido no dia anterior.

De lá pra cá, nos vemos com alguma frequência, nos falamos sempre, nos cuidamos diariamente.

E foi num dia de cuidado quase medicinal, que ele com amor profundo e verdadeiro, me ajudou a ver a vida de forma simples. A voz, linda e doce, foi portadora de boas novas. Me ensinou a trocar expectativa por possibilidades e apaziguou de tal forma minha alma, que hoje estou plena de vontade de viver.

- E viver pra que? Ele perguntaria, só para ter certeza de que estou no caminho certo.

- Pra ser FELIZ !!!! Eu responderia, provocando nele um sorriso.


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