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Blog de histórias reais e de ficção.
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domingo, 5 de janeiro de 2014

Constrangimento



Há dois meses venho tentando, dia a dia, entender as sensações que me acometem a alma. Entre a dor e a saudade, no entorno da raiva e da mágoa, no vazio da solidão e na plenitude do inconformismo, tenho sentido constrangimento.

Constrangedor o choro diário, agora escondido dos filhos, que já fizeram muito e precisam viver despreocupados das minhas dores.

Constrangedor ouvir: “- Pára com isso!!! Você já passou por coisa pior!!” – e ter que sorrir debilmente, num aceno que concorda com a cabeça e discorda com o coração. Como se pudessem avaliar o que se passa dentro de mim agora e o que se passou quando tive câncer de mama.

Constrangedor ver a cara daquele ex-namorado psicopata – que até outro dia tinha me bloqueado no Facebook – aparecer como sugestão de “amigo” na igualmente constrangedora sessão “Pessoas que talvez você conheça”. Certamente soube que estou separada e resolveu fuçar na minha timeline. Posso ver o sorriso irônico, característica marcante do cretino, estampando na cara feia, emoldurada por cabelos a la Larry.

Constrangedor perceber pessoas do meu convívio envolvidas tão intimamente em outra vida, como se fosse absolutamente normal tudo o que está acontecendo.

Constrangedor ouvir amigos e conhecido contando, indignados, coisas sobre o homem, que até dois meses atrás, dividia a cama comigo. Coisas que demonstram a falta de respeito pela história que vivemos. Talvez, nesse caso, falte a ele uma dose de constrangimento, que pouparia a mim, aos meus filhos e a minha família, da exposição desnecessária de seu novo relacionamento tão precoce e já tão intenso!

Constrangedor ter investido em algo tão efêmero, ter acreditado na felicidade, na cumplicidade, na afinidade e agora nada disse parecer real.

Constrangedor o silêncio,  a indiferença, o pouco caso das pessoas com as quais trabalho e que imaginei que compreenderiam.  

Constrangedora a sensação de incompetência diante dos conselhos, dos palpites, das verdades ditas de forma tão contundente, quando busco desesperadamente, um botão que me desligue de tudo isso, sem sucesso.


Constrangedor ter que admitir que errei feio, errei rude !!! De novo. 

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