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terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Diana



Sentada ao piano, depois do fim do relacionamento com aquele que parece ser seu único e verdadeiro amor, Diana, após alguns acordes, se curva em choro convulsivo. 

Assistir esta cena me vez voltar no tempo. Tempo em que o choro convulsivo, desesperado, desamparado fez parte da minha rotina.

Sou mulher que acredita no amor mas entendeu que só ele não basta. São muitas as variáveis que podem nos impedir de vive-lo intensamente. Talvez, seja esse o ponto do filme que mais me impressionou: Os impedimentos de um grande amor, elevado à potência máxima.

Lançado em 2013, o filme Diana -  baseado no livro Diana, o Último Amor de uma Princesa, de Kate Snell - enfoca fatos, com base em diversos depoimentos de pessoas muito próximas, amigos e confidentes, que demostram um outro lado da princesa, que o mundo não conheceu. O que alinhava os acontecimentos, é o amor pelo médico paquistanês, Hasnat Khan. 

Logo nos primeiros minutos, vemos Diana num quarto de luxuoso hotel nos seus últimos minutos de vida. Acompanhada do playboy egípcio Dodi Fayed, seu suposto namorado na época, Diana se volta enquanto caminha pelo corredor como que pressentindo o que está para acontecer.  A cena se repete no final do filme e a interpretação que damos a ela muda.

Recuo de dois anos e sabemos então, que Diana está separada formalmente do Príncipe Charles, mas ainda não divorciada. Toda a angústia desse período de incertezas, pode ser sentida através do ritmo do filme - lento, confuso – e pela interpretação de Naomi Watts, que nos faz, em alguns momentos, esquecer que não estamos vendo a verdadeira Diana na tela.

Alguns críticos acham que o filme reduz a biografia da princesa de tal forma, que ela fica parecendo “uma mulher desesperada por um relacionamento, qualquer que seja”.

Diana foi a mulher mais famosa do mundo – sua vida foi exposta todo o tempo - é cruel demais com a autora, o diretor e com o próprio espectador, afirmar que é essa a única sensação que o filme passa.
Difícil afirmar o propósito de uma obra, sem fazer uma análise mais profunda do processo criativo, mas trata-se apenas, na minha opinião, de um recorte na vida da mulher que despertava curiosidade mundial.

Mesmo se tratando de uma biografia, sabemos se tratar de ficção. Toda narrativa se torna ficção!
Histórias são contadas sob diferentes pontos de vista, invariavelmente com lapsos de memória ou construções fantasiosas da mente. Nesta história, vemos que a doce Diana, era manipuladora e sedutora de forma inimaginável e que sua fragilidade poderia ficar totalmente esquecida diante da cena em que, de maneira sórdida, ela ensaia caras e bocas para a polêmica entrevista que deu à BBC.

O figurino é um espetáculo à parte. Fidelíssimo ao da princesa de Gales.

Impossível não se emocionar na cena em que ela, em visita à Itália, permite que um senhor com deficiência visual, toque em seu rosto para conhece-la.

Hasnat Khan, é um personagem e tanto. Naveen Andrews, ator britânico de ascendência indiana, dá veracidade ao médico reservado e focado em sua carreira, que oscila comportamentos frios, quase indiferentes, a outros passionais, beirando o desamparo.

De tudo, o que ficou em mim, foi a sensação de Déjà vu: O homem, que mesmo amando uma mulher, prefere ser fiel àquilo que o define e diante da perda irreversível, só tem um poema para se apegar:

"Em algum lugar, entre o certo e o errado, existe um jardim. Encontro você lá"
Rumi, Poeta  Persa – 1207/1273








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