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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Divinos Segredos - 2002



"Divine Secrets of the Ya-Ya Sisterhood" - 2002

Sou fã da Ashley Judd mas, confesso que quando optei por assistir a esse filme, não sabia que ela estava no elenco. Foi uma grata surpresa.

Ashley interpreta Viviane Abbott quando jovem. Vivi, é uma mulher incrível! Esmagada emocionalmente pela mãe, adorada pelo pai e seguida por três amigas leais que junto com ela, na adolescência,  (Caitlin Wachs) criam a irmandade "Ya-Ya", casa-se com um homem que não ama e tem três filhos.

Anos depois, a filha mais velha, Sidda - Sandra Bullock- famosa teatróloga, em entrevista à revista Time, conta as agruras de sua infância, quando tinha que lidar com o humor oscilante e o alcoolismo da mãe. Ao ler a matéria, Vivi - nesta fase vivida por Ellen Burstyn, entra em crise e aciona as amigas para o desabafo.

A partir daí, o filme transita pelas relações humanas, através de flashbacks mostrando causas e consequencias de conflitos que são, pode-se dizer, universais.

A questão mãe e filha, discutida em diversas camadas, foi o que mais me tocou. Particularmente, sempre tive uma relação conflituosa com a minha, que por sua vez,  também teve com a dela e o filme mostra exatamente essa carga emocional que tem grande propensão de ser transmitida de geração à geração, até que alguém pare para questionar o quanto se é capaz de exercer a maternidade de forma, no mínimo, afetuosa.
Das relações amorosas, o filme extrai a dor da perda, o casamento sem amor e a dúvida sobre ser ou não a pessoa certa para construção de uma nova família.

Das relações de amizade, "Divinos Segredos" emociona com as demonstrações de lealdade, carinho e amor incondicionais entre essas mulheres que dividem a vida há sessenta anos.

Sobre as interpretações, nos deliciamos com as tiradas de Maggie Smith, sorrimos diante da doçura de Shirley Knight - sim, ela pode ser doce, choramos com Allison Bertolino - Sidda quando criança - e somos bombardeados de forma quase bipolar, pela fantástica Ashley. Particularmente, não gosto muito da Ellen Burstyn, tem alguma coisa nela que me incomoda não é de hoje, não é por esse filme, mas achei atuação dela ok. Sandra Bullock, mesmo sendo a Sandra de sempre, não compromete e nos faz rir em vários momentos.
James Garner faz o marido resignado de Vivi - quase uma sina, dois anos depois, ele fez o mesmo papel em "Diário de uma Paixão" - e convence como homem  sofrido que nem diante dos piores momentos, desistiu da família.

Destaque para Cherry Jones, que interpreta a mãe de Vivi. Show de interpretação nas poucas cenas que participa.

O filme tem roteiro e direção de Callie Khouri - ganhadora do Oscar de roteiro original em 1992 por "Telma e Louise" e criadora da séria Nashville onde atua também, como roteirista e diretora.

A ambientação em todas as fases, é incrível, com direito a negros sendo destratados de forma cruel pelo menino mimado e arrogante, passeios de carro na madrugada com "roupas de baixo", bóias de câmara de pneu, além de mobiliário e figurino impecáveis.
"Divinos Segredos", é um filme sobre mulheres. É possível, que homens se sintam entediados ao vê-lo, mas falo por experiência, nós mulheres,  seremos tocadas por sua sensibilidade.


Disponível no Netflix. 

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