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Blog de histórias reais e de ficção.
Um lugar para expor opiniões que provoquem dor ou delícia!
Qualquer semelhança com histórias ou comportamentos reais poderá ter sido mera coincidência. Ou não!



terça-feira, 10 de maio de 2011

SINDROME DE POLLYANNA






Capas dos Livros editados no Brasil na década de 70.

Pollyanna talvez tenha sido o livro mais lido pelas adolescentes no final da década de 70.
O Romance de Eleanor H. Porter, escrito no início do século 20 (1.913) conta a triste história de superação da menina que, obrigada a morar com a tia mal humorada, coloca em prática o “jogo do contente” inventado anos antes pelo pai, agora morto – Oh, dó!!!

A história tem uma continuação editada em 1915; nela a protagonista, obviamente,  “foi feliz para sempre”.
O Jogo do Contente é até legal, mas impossível no mundo real – Ó, rimou!!!

Pollyanna é uma daquelas figuras fofas que ficam facilmente chatas diante de tanto otimismo.

Fui uma dessas leitoras ávidas por finais felizes e confesso que li e reli as Pollyannas lá atrás, quando tinha 12, 13, 14 anos. Top's!

Tenho preguiça de algumas coisas: De gente burra, de mau caráter, de quem sabe tudo e de gente feliz demais o tempo todo. Não necessariamente nesta ordem.
 “Síndrome de Pollyanna” acomete, principalmente, pessoas que tem necessidade de parecer bem resolvido e feliz nos sites de relacionamento e claro, de aparecer!!

Não sei no seu, mas no meu mundo as pessoas manifestam sentimentos díspares. Odeiam, sentem mágoa e tristeza diante de algumas situações e ficam mesmo esfuziantes diante de outras mais felizes.  Nada mais enjoativo que adulto tentando aplicar o “jogo do contente” diante de uma tragédia, por exemplo.
Ninguém normal é feliz o tempo todo - isso é coisa de psicopata que faz tudo de caso pensado.

Ninguém normal reza e perdoa o tempo todo - isso é coisa de beato covarde levando às últimas conseqüências o "temer a deus"

Ninguém normal se liberta de mágoas num estalar de dedos - isso é coisa de gente vingativa e dissimulada à espera da primeira oportunidade de dar o bote.

Ninguém normal é equilibrado o tempo todo - nem para Madre Tereza de Calcutá e Daila Lama juntos de joelhos orando à Nossa Senhora da Bicicletinha.

E aí me pergunto: -Como dormem essas pessoas? Tranquilas? Serenas ? E aí - considerando que haja pelo menos coerência no modo de vida delas - as imagino com a cabeça deitada no travesseiro com um sorriso fake nos lábios, cílios com muito rímel e um tiquinho de blush pra sair bem na foto publicada no Instagran.

A vida, pra valer a pena, tem que ser vivida em toda sua plenitude, seja na dor, seja na delícia. Só isso traz amadurecimento e conseqüentemente paz de espírito. A hipocrisia das “Pollyannas” não permite que elas cresçam. Isso talvez explique porque, 99% delas, tenham uma voz infantil irritante!!!!


É, se ainda fosse viva, Eleanor certamente, pegaria o primeiro vôo de Massachusetts e aqui no Leito Lopes desceria com chinelo na mão, pronta pra aplicar um corretivo nessas Pollyanas equivocadas.

2 comentários:

  1. Chris,
    Passei no seu blog por causa desse texto, que achei simplesmente perfeito pra analisar e desabafar quanto a essa mania irritante de "agradar sem medidas" e no automático.
    Vou ler alguns outros. Curti sua forma de expor as ideias.
    Valeu!
    Patrícia Chammas
    Designer gráfica e Cantora

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  2. Adorei o seu texto sobre esta IRRITANTE nobreza de caráter que as pessoas insistem em nutrir dentro de si. A Pollyana não é falsamente feliz, a pessoa q tem esta síndrome na verdade, é insegura, ingênua e estupidamente contraditória na sua sã inconsciência. Digo isto, pq tenho uma colega que é assim, ferrada, miserável na vida, incapaz de ser autêntica mas SUPER HIPER FOFOQUEIRA, sabe como ninguém da vida de todo mundo na intimidade. E fofoca sem dó, para mim, tenho isto como sinal de distorção comportamental, portanto, pior que muita gente. Pois ao não conseguir negar um favor e rebater a uma crítica, fala mal desta pessoa com tamanha raiva q transparece o alívio da raiva que sente por ela.

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